Poemas -> Amor : 

A POESIA HIBERNA

 
Deixa mudar a lua
Cair a chuva
Soprar o vento
Vir as flores
Que a poesia hiberne
Que as folhas caem
Que os dias nublem
Que venha o inverno
E tudo se cale
Que o cadáver desça
E tudo seja lápide
Que os céus desabem
E o resto se mude

Que o pano caia
O público saia
A casa fique vazia
Nenhum burburinho
No quintal
Na sala
As crianças durmam
Os velhos chorem
Que as borboletas lagartem
Nos casulos

A neblina que caia
A inundação que tome
Que a vida se lave
Se neve
Que haja saída
Que o novo depois raie
E o horizonte se aclare
Na hora certa
No tempo medido
Que se salvem os feridos
Que o arreio se parta
E quem sabe
A poesia retorne
Que retome a jornada
Que as flores abram-se
Os perdões brotem
As mágoas cessem
E tudo se ache


<br />




Meus escritossão verdades inventadas, fatos adulterados, fingimentos diversos; tentativas de pintar um quadro, fazer um canção, escrever um livro.

 
Autor
Raul Los Dias
 
Texto
Data
Leituras
992
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
vanemarx
Publicado: 18/07/2006 23:46  Atualizado: 18/07/2006 23:46
Participativo
Usuário desde: 13/06/2006
Localidade:
Mensagens: 33
 Re: A POESIA HIBERNA
Uma palavra: DELICIOSO!

Lindo poema
Abraços poéticos
Vanessa M.