O GRITO DE LIBERDADE

 
O GRITO DE LIBERDADE

Todos nós vivemos uma falsa ilusão
Ocultamos faces dentro de nós
Liberta este grito que está dentro de você
Que fala mais alto que o teu pensamento
A indecisão enfraquece os sentidos
Furta idéias preciosas
Derrama o cálice da dúvida
Empobrece a alma
O passado arruína o templo da imaginação
Os escombros da loucura espalham-se pelo chão
O desejo que cala no seu íntimo
Sufoca a expressão de um sorriso inocente
Liberta do purgatório a tua mente
Antes que possa gerar
Distúrbios do seu subconsciente
As portas da percepção estarão abertas
Um passo e descobrirás o universo
Um milhão de palavras esquecidas
Um segundo que revela toda vida
Se você se perder nesta estrada vazia
Procure dentro de você o caminho
Libere o desejo de gritar
Por dias melhores.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli e
Marcelo Martins
Agosto de 2001 no dia 09
Itaquaquecetuba (sp) fonte Itágua

O desejo que cala no seu íntimo
Sufoca a expressão de um sorriso inocente
Liberta do purgatório a tua mente...
 
O GRITO DE LIBERDADE

Pensamento

 
Pensamento

Ensina-me como esquecer então
Tanta vontade me fez perder a razão
Despertou um sentimento antigo
Que dormia no seól de um coração sofrido
Dentre as multidões dos meus sentimentos
A incerteza vagando tal como folha ao vento
Como um gesto assustado de sussurros calados
Vi meu corpo derrotado se perdendo
Gota a gota no teu corpo molhado
Até mesmo meus lábios me traíram
Falaram bobagens eles não resistiram
Sem falar no privilégio das minhas mãos
Ao tocar na mais pura beleza do teu corpo
Que a natureza esculpiu com perfeição
Em um raro momento de lucidez
Percebi que teus olhos revelavam um sonho
A tua boca confessava teus desejos
Percebi na loucura dos teus beijos
As imaginações dos teus dedos esculpiram
O corpo de um homem que jamais existiu
Você sentiu, você pediu, você sonhou...
Até uma história você contou
Quando se confundiu o nosso corpo
Veio-me uma vontade estranha de te amar
Possuir-te foi à coisa mais linda
Apenas o medo me deixou a incerteza
E a saudade virá com certeza
Todas as vezes que pensar em você
Você me trouxe paz e carinho
E um novo brilho fez despertar.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Maio de 2001 no dia 29
Itaquaquecetuba (sp)

Vi meu corpo derrotado se perdendo
Gota a gota no teu corpo molhado
Até mesmo meus lábios me traíram
Falaram bobagens eles não resistiram...
 
Pensamento

O TEMPO E A FOTOGRAFIA

 
O TEMPO E A FOTOGRAFIA

Tempo... O que pode se dizer do tempo!
Quando a imagem é que fica...
Não se pode dizer que é primavera
Se verão ou outono pelo cair das folhas
Apenas lembrar-se de que outrora tivesse vivido
Pouco se pode dizer se olhando nos olhos
Houvesse tristeza ou alegria
A diferença talvez no rosto imortalizado pelo momento
Não se podem encontrar marcas e nem rastejos
Não se podem notar vestígios
A imagem intacta faz trazer na memória
Que não se pode mudar o que foi feito...
Onde se retrata pessoas, lugares e vilarejos...
E não há espaços para se distinguir
Povos, raças ou diferenças sociais...
Um críquete, isto mesmo!
Um aperto no botão
Parece simples quando não se imagina
Que aquele momento refletirá para sempre
A imagem imortalizada que nem o passar do tempo
Pode apagar da memória
Este é o retrato da vida
Ou melhor, dizendo... Uma foto revelada
Um momento imortalizado de alguém...
Mas... Eo tempo?
Que se pode dizer quando os anos passam
Não há o que dizer, só lembrar...
Não há como se voltar atrás
Quando a imagem é que fica.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Março de 2000 no dia 18
Itaquaquecetuba (SP)

E não há espaços para se distinguir
Povos, raças ou diferenças sociais...
 
O TEMPO E A FOTOGRAFIA

Pobre Nirvana

 
Se fosse recitar a dor
Seria necessário primeiro conhecê-la
Descrevê-la em parágrafos e linhas
Da puta da vida que me envolveu
Em ciladas de noites e dias;
Se fosse recitar a dor
Seria como a dor que me deixou
Um pobre nirvana suicida
Com a boca trêmula contorcida
De vociferações desta minha lida;
Se fosse recitar a dor
Tomaria de volta meus quinze anos
A primeira poesia já era sofrida
Meu primeiro amor me traiu...
Outras cartas então escrevi
Um pouco mais jovem então decidi
Que não era tarde para sorrir;
Se fosse recitar a dor
A platéia dos meus inimigos
Levantaria-se a me aplaudir
Desta vez fui eu quem traiu...
Ainda aquela ópera em desespero
Que recita a mesma dor que sinto
Ela começa suave como a morte
E termina como a vida a sorrir
Não que eu não queira falar de amor
Seria necessário primeiro conhecê-lo.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Setembro de 2209, no dia 03
Village Itaquaquecetuba (SP)
 
Pobre Nirvana

Sem Manchas

 
A sensatez do teu espírito jovem
Toma como logradouro o meu coração
A sensibilidade da tua alma
Empobrece meu orgulho
E acrescenta meu gostar
Por tudo isso
Meus olhos te procuram
E o brilho do teu rosto
Me acompanha;
Feito luz mercúrio
No infravermelho do meu coração,
Inflama e reclama
A milhas de distância de você;
A testemunha do teu olhar
Feito esmeraldas estonteantes
Faz pela manhã
O sol despir-se no vermelho
E ao entardecer
Mergulhar na timidez do azul quase negro...
No soar do timbre da tua voz
Dançar feito bailarinas ao vento
Pétalas de rosas
Cuspidas a vala do meu coração;
Quando os espinhos
Cravam-me e me sangra por um momento
Posso provar da tua lágrima
Extraída pelo caule da tua alma
Encontrar a cura para este corpo doente
Então poderei levantar e te amar sem manchas.



Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Setembro de 2009, no dia 01.
Village Itaquaquecetuba (SP)
 
Sem Manchas

O RISCO DE NOS CONHECERMOS

 
O RISCO DE NOS CONHECERMOS

Ter você pode ser um desafio
Amar um desatino
O desafio de atravessar a linha do horizonte
Desesperadamente em busca de um novo amor
Alguém com quem possa dividir a dor
A tristeza desta nossa solidão
A incerteza deste nosso coração
A tua voz que fala pelo teu pensamento
O algoz que castiga este meu sentimento
A certeza tão real ao te encontrar
A sensação virtual de amar
Teus lábios assim tão auspiciosos
Se perdendo na nudez da minha vontade
Tão vulnerável tão carente de saudades
É preciso romper as barreiras da ilusão
Ignorar a distancia que separa da razão
É melhor correr o risco de nos conhecermos
Que de amor ou saudades um dia morrermos.

Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 23 / Itaquaquecetuba (sp)

A sensação virtual de amar
Teus lábios assim tão auspiciosos
Se perdendo na nudez da minha vontade...
 
O RISCO DE NOS CONHECERMOS

O DOCE DO FEL É O AMARGO DO MEL

 
O DOCE DO FEL É O AMARGO DO MEL

Pintei teus lábios profanos
Com tintas aborrecidas de amargura
Confundi-te com a ternura
Com os pecados de meus anos...
Eu te pintei loucamente
No quadro de um eloqüente
De sorrisos perdidos em vão
Na borra severa do zarcão...
Eu quis te imaginar por inteiro
Na tela selvagem do meu olhar
Quis pecar, tocar, me perturbar!
Este artista é mesmo um insano
De olhares guaches que sofrem este pano...
Lamento se minha alma adsorve
Pela minha veia incólume
Ao me confrontar com a tinta
Do amargo ilusão da retina...
Estou em decline com a criação
Deste estúpido poeta Platão
Desvia me o pincel por um momento
Ludibria a vaidade do meu pensamento
Entorpecido por um lábio que não é meu
Fernanda não és minha...
És pintura fraudulenta de um réu
És o doce de um fel
És amargo de um mel.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 01
Village Itaquá
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Este artista é mesmo um insano
De olhares guaches que sofrem este pano...
 
O DOCE DO FEL É O AMARGO DO MEL

POR CAUSA DELES

 
POR CAUSA DELES

Sobre a mesa alguns charutos
E uma garrafa de vinho
Eles estavam sóbrios
Carregados e expostos
Lá fora intermináveis carros
Pela ítalo Adami
Eles estavam sóbrios.

Acenda mais um charuto
Pois o tempo é curto
Mal terminamos a nossa enquête
Alguém terá coragem
Para respondê-la?

Sobre um papel branco envelhecido
Eles citaram Blake e Morrison
Eles estavam sóbrios
Sexo e política
Lá dentro intermináveis horas
Eles estavam loucos.

O sip fora violado por eles
As garotas tornaram-se impuras
Por causa deles
Eles estavam sóbrios
A fonte não é mais a mesma
Por causa deles
Letras e poesias, sexo e ideologia...
Alguém terá coragem para respondê-la?
O mundo não é mais o mesmo
Por causa deles
Eles estavam loucos.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Fevereiro de 2002 no dia 20
ITAQUAQUECETUBA (SP)

Mal terminamos a nossa enquête
Alguém terá coragem
Para respondê-la?
 
POR CAUSA DELES

Um Pouco de Você e da Solidão

 
Quero repartir o sol ao meio dia
Diminuir a saudade vadia
Ter a lua por inteira
Pra somar a claridade de teu rosto
Espantar o lado escuro da solidão;
Quero o deserto em quarenta graus
Ter seu corpo por inteira
E duvidar do meu louco gemido
Que atravessa a fenda da imaginação;
Quero as quatro estações em um dia
Queima-me no inverno da tarde sombria
No outono de folhas secas
Paradoxos dos meus pensamentos;
Quero a primavera por uma hora e meia
O mar negro que me afoga em poesia
O murmúrio da amada em tom de melodia;
Tomar um vinho seco em volta da fogueira
Pra somar ou que sabe duvidar
Ter um pouco da lua,
Do sol, do teu rosto, e da solidão.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Setembro de 2009, no dia 01.
Village Itaquaquecetuba (SP)
 
Um Pouco de Você e da Solidão

Taças Estilhaçadas

 
Já perguntei por vezes a minhalma
Ela nem existe mais por causa de você;
Extirparei de mim esta saudade sua
Pois me consome e me farta
Espinho que me crava e sangra
Cálice amargo em taças estilhaçadas
Já me perguntei por vezes
Como é te amar?
É mais que alcançar o sol com as mãos
Ou laçar a lua com voraz aptidão...
Quem saber morrer por duas vezes
E retornar pra você em vida;
Amar-te consiste em duvidar
Que possa existir sofrimento
E palavras são somente palavras;
Como a valsa que me mata e me sara
É romper as barreiras do passado
Voltar a ser jovem neste homem velho;
É perder a vida em um dia de domingo
Ao som da ópera enlouquecida
E quanto minhalma numa vala esquecida
Ela nem existe mais por causa de você.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Setembro de 2009, no dia 01.
Village Itaquaquecetuba (SP)
 
Taças Estilhaçadas