Poemas, frases e mensagens de Marcelo

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Marcelo

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ESTRUTURA DE UM LOUCO

 
ESTRUTURA DE UM LOUCO

Minha vestimenta
Não é de linho caro, nem raro...
Nem minhas alparcas de aço
Porém caminho descalço
Com minhas próprias pernas
Na areia do meu rastro, sem cansaço!
Carne, ossos e pele...
Oferecem-me como sustento
Mas se me faltar o pão?
Tudo isto se torna
Estrutura de um louco...
Dotado de um pensamento
Que é só meu
Às vezes pego por empréstimo
A ideologia de outros
Meu valor não está em meus bens
O meu mal despertou
A malícia de alguém
Alguém que confronta meu espírito
E do meu sangue quer beber...
O menor dos inteligentes é prudente
Não experimenta
A sabedoria dos deuses
O perigo está no poder
Por não saberem dosar
Da maldade constituída
Da mente ao coração...
A guerra trás paz aos que morrem
Então vamos lutar contra o sistema
Pois a morte não separa da dor
Esquarteja os nossos corpos
Evacua nosso suor
Lutemos contra tudo e todos
Contra nossa própria consciência
Que nos trai deste nosso amor.

Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli
Janeiro de 2003 no dia 06
Itaquaquecetuba ( SP ) Ideologia e Pensamento

O meu mal despertou
A malícia de alguém...
 
ESTRUTURA DE UM LOUCO

A VIDA É UM POEMA

 
A VIDA É UM POEMA

A vida é uma criança
Que acaba de nascer;
É um choro de viúva
Por alguém morrer;
É à tarde sombria
De um pensamento;
É a lágrima escondida
De um arrependimento;
A vida é a saudade
Que aperta o peito;
É alguém que te espera
Num abraço violento;
A vida é poesia
Solidão que vicia;
É o bater do coração
É o corte do umbilical;
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim;
A vida é uma proeza
Cercada de incerteza;
A vida é prematura
É eterna enquanto dura;
A vida é real ou ilusão
É livre arbítrio de decisão
Por quem escolhe
Ser feliz ou não;
A vida é nada mais
Que a lei suprema;
Do divino Deus
Que a tornou poema.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 02

Village Itaquá

A vida é real ou ilusão
É livre arbítrio de decisão...
 
A VIDA É UM POEMA

Palavras

 
Você é no dormir
Um sonho para mim
E no acordar a esperança de amar
Você é o brilho dos meus olhos
Quando cego te desejo
É a guia desta estrada
Pois em ti em mim me perco
Ser algo pra você
É ser generoso consigo mesmo
Ser seu poeta
Faz com que as palavras
Brinquem consigo mesma
E como forma de gratidão
Formam-se por si própria.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Janeiro de 2008, no dia 23
Guarulhos (SP)
 
Palavras

A MÃO QUE MACHUCA A ROSA

 
A MÃO QUE MACHUCA A ROSA

Mão direita, indefesa, cheia de tristeza
Mão que afaga, hipócrita, escassa
Mão carente, persistente, displicente
Mão de súplica, estúpida, que machuca
Mão pequena, quebrantada, que envenena
Mão apática, cansada, sádica
Mão solitária, perversa, ordinária
Mão que planta, destrói, mão que arranca
Mão que trai, sem amor, dói de mais
Mão honesta, rude, que detesta
Mão sem jeito, absurda, sem direito
Mão marruda, violenta, que derruba
Mão amiga, de intriga, mão que briga
Mão amável, detestável, vulnerável
Mão que escora, sobre o rosto, mão que chora
Mão que assola, que consola, desconforta
Mão que assusta, sem carinho, mão astuta
Mão que arde, sem saudade, mão covarde
Mão direita, sedenta, imperfeita
Mão dolorosa, assombrosa,
Mão que machuca a rosa.

Existe um buraco em minha alma
Para mim é adeus, pra você é saudade...
Por quem o sino vai tocar.

A poesia mais triste de minha vida.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Outubro de 2001 no dia 05

Mão amável, detestável, vulnerável...
 
A MÃO QUE MACHUCA A ROSA

A TI TENHO AMADO

 
A TI TENHO AMADO

Se um dia você acordar
E eu não estiver ao seu lado
De saudade não vá chorar
Ao lembrar nosso beijo molhado.

Se um dia você acordar
De um sonho que a mim tens amado
Pois o mar não serás mais o mar
O castanho de meu olhar lagrimado.

Se um dia você relembrar
O que viveu comigo no passado
Por mim não mais se importará
Reclusão de minhalma no grilhão cerrado.

Se um dia você chorar
E eu não estiver ao seu lado
Lembra que é preciso suportar
A saudade que ficou no passado.

Se um dia eu não mais acordar
E você não estiver ao meu lado
O mar não será mais o mar
Acordarás-me de um sonho
Que a ti tenho amado.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli

Village Outubro de 2008 no dia 20

Se um dia você chorar
E eu não estiver ao seu lado...
 
A TI  TENHO  AMADO

O DESAPARECIMENTO DO HOMEM

 
O DESAPARECIMENTO DO HOMEM

Uma vontade incontrolável grita dentro de mim
As vozes se calam
Minha alma sente sede, desejo estranho
As correntes ferem meu pulso, continuo caminhando
A caravana passa os insanos
A cabeça sangra, sinto medo
As aves rodeiam o tempo todo
A matilha de cães famintos, inimigos
A coragem desconfia
Certa vez lembrei-me de algo
Não dar as costas aos predadores
Não caminhar só, à luz do dia
A noite é amiga da covardia
O instinto falha quando precisa
Quem sonha acordado amanhece na sepultura
Os assassinos estão às portas furtando vidas
Somente os fortes sobreviverão
Seremos flores plantadas ao deserto
Não restará pedra sobre pedra
Ficarão os escombros como lembrança
Almoçaremos com os escarnecedores
Os lobos tomarão como fiança as nossas almas
A ignorância é a maior inimiga do homem
Quem tem sabedoria guarda sua porção
Não atira aos porcos
As migalhas da própria consciência
Homens predadores de homens
Escoram-se em histórias sofridas
Atrasam o relógio do tempo
Por dois mil anos
As sepulturas vos esperam
Não haverá lembranças
Hoje o dia não nasceu
O sol escondeu-se de vergonha
Escureceu pra sempre no coração do homem
Que deixou de existir por opção própria.

Homenagem ao atentado as torres gêmeas world trade Center
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Setembro de 2001 no dia 11 / Itaquaquecetuba (sp).

Somente os fortes sobreviverão
Seremos flores plantadas ao deserto
Não restará pedra sobre pedra...
 
O DESAPARECIMENTO DO HOMEM

Poema de um Alquimista

 
Na minha quase insignificante vida
No núcleo do meu eu (Ego)
Partícula esta quase não notada
Da minha existência;
Dá-se á explosão deste átomo
Ou pervertido ato meu, não seu;
Prótons ou elétrons, ou coração
Nossas dores aos milhões, ou paixão;
Ciente do meu eu, talvez
Da lucidez em segundo plano
Ora eu quem procura
Ora eu procurado por você...
Se proliferam as volúpias
Matéria estas que podem
O mesmo espaço ocupar;
São partículas que ejaculam
No milagre da vida;
Já não somos mais eu e você
Um terceiro nos intrometeu.

São Paulo, Setembro de 2010 no dia 01
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
 
Poema de um Alquimista

ILHAS FLUTUANTES

 
ILHAS FLUTUANTES

Meu subconsciente emergiu dentre o mar das ilusões
Respirou um ar contaminado de impurezas e promessas vãs
Meus ouvidos atentos ao soar das trombetas
Desencontraram-se de palavras que como veneno
Busca ser ingerido por pessoas ingênuas
Abaixo dos meus olhos vejo as ilhas flutuantes
Tal como presa cercada de incertezas
A espera de predadores famintos
Ilhas acorrentadas pelo sistema
Dominadas, sentadas e acomodadas...
Enxergando a esperança com o binóculo da ignorância
Ilhas com pés calejados
Caminhando por estradas sem destino
Repletas de bagagens e pesar
Aqui de cima é mais fácil de enxergar
Ilhas desgovernadas ofuscadas pelo véu de maya
Dominada pela minoria munida de diploma da corrupção
Porcos soberbos ensinam aos nossos pequenos a se perderem...
Um poço de lamas, retardam a dignidade na casa de muitos
Daqueles que lançam sementes com a mão machucada
E regam esperanças de dias melhores
Quando cresce a árvore do entusiasmo
Na terra do seu coração
Aproxima-se a tempestade com a ira do tempo marcada em seus olhos
Atravessam os campos como cavalos apressados
Somos todos culpados, trens desgovernados...
Caminhando sobre o trilho da ilusão
Somos máquinas desgovernadas necessitadas de união
Precisamos acreditar em nós mesmos
E juntos poderemos mudar esta nossa história
Ou teremos a vergonha de contar aos nossos filhos
Um capitulo triste do nosso passado
Onde nos omitimos em nossa própria covardia.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2001 no dia 12
Itaquaquecetuba (sp) Ideologia e Pensamento

Aproxima-se a tempestade com a ira do tempo marcada em seus olhos
Atravessam os campos como cavalos apressados...
 
ILHAS FLUTUANTES

Roberto

 
Sem a Brisa verdadeira da manhã
Ele perdeu-se...
Como se perdem as manhãs...
Quando criança no álbum de família
Perde-se um sorriso, um amarelo de teimoso que jazia;

Sem a Brisa verdadeira da manhã
Ele perdeu os sentidos...
Ou talvez a vida...
Quando criança ao teu lado ainda muito sofria
Lavaram-se as campas com tuas lágrimas fatídicas;

Tão morto como ele meu espírito
Teu sorriso viverá para sempre no rosto de minha sobrinha
Uma saudade em três por quarto
Em nosso álbum de família...

Quantos Marços ainda suportarei...
Logo mais não serei mais eu
Como não haverá mais Brisa...
Nosso álbum de família incompleto
Pela falta que você me faz, Roberto.

Homenagem há meu Irmão Roberto Soares (Ainda Vivo)
“Entregue as drogas desde o falecimento de sua esposa Brisa”

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Mauá, Fevereiro de 2006 no dia 26.
 
Roberto

CORAÇÃO DOENTE

 
CORAÇÃO DOENTE

Quando dói o coração
Não tem jeito
São lágrimas que vem de dentro
Do fundo do peito
Não sou perfeito
Sou pensamento
Sou folha seca
Que baila no vento
Sem tom, sem cor, sem sabor...
Barco que navega entre a dor
Encalhado no porto
Sem calor, sem amor...
Deveras, eu soubesse
O dia de amanhã, zombaria de hoje...
Esqueceria o ontem
Renasceria depois de amanhã
Mais... Quando dói o coração
O orgulho chora baixinho
De mansinho, bem de mansinho...
É o medo da solidão
Se faz presente todo momento
A transparência do sentimento
Não a hipocrisia, apenas lamento...
Liberdade sofrida de expressão
Os olhos falam o que sente o peito
Pudera olhares em meus olhos
E conversares com meu coração.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2002 no dia 22
Itaquaquecetuba (sp)

Deveras, eu soubesse
O dia de amanhã, zombaria de hoje...
 
CORAÇÃO DOENTE

A PUTA DA VIDA

 
A PUTA DA VIDA

Coincidência ou não
A narrativa da vida
Passou-nos por despercebida
Coincidência ou não
Passou...
E não diga que foi em vão
Que a vida; a puta da vida
Assim tão vida, tão distraída
Coincidência ou não
Passou...
Assim termino, pois então
E não diga que foi em vão
Que a vida a puta da vida
Passou.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Dezembro de 2008 no dia 13

Que a vida; a puta da vida
Assim tão vida, tão distraída...
 
A PUTA DA VIDA

AMOR UNIVERSAL

 
AMOR UNIVERSAL

O amor é eterno, fraterno
Despido ou de terno, belo;
O amor é gostoso, com gozo
Calmo ou nervoso, dengoso;
O amor é valente, contente
Sorrindo ou com dor de dente;
O amor é curioso, valioso
Do namorado ao esposo, tinhoso;
O amor é forte, de porte
Na vida ou na morte, na sorte;
O amor é suave, viajem
Da coragem ao covarde, invade;
O amor é certeza, beleza
Do mais pobre a realeza,tristeza;
O amor é cego, incerto
Vai do céu ao inverno, bem perto;
O amor é vaidade, saudade
Do que está preso ou em liberdade;
O amor é solidão, é paixão
Vai da bicicleta ao caminhão, é razão;
O amor é sufoco, deixa louco
Mesmo no muito ou no pouco, afoito;
O amor é sofredor, senti dor
Debaixo da cama ou cobertor, é calor;
O amor é sincero, venero
Pra quem é de carne ou de ferro, espero;
O amor é romântico, no cântico
No oceano pacífico ou atlântico;
O amor é universal, no coral
Nas vozes do bem e do mal;
No coração do homem ou do animal
Vai do ignorante ao intelectual
Este amor sofredor e universal .

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
16/outubro/2001 Itaquaquecetuba (sp)

O amor é solidão, é paixão
Vai da bicicleta ao caminhão, é razão...
 
AMOR  UNIVERSAL

O SAL DA LÁGRIMA

 
O SAL DA LÁGRIMA

Salta do par, e...
Em silêncio declina
Pelo escorredor da face
Descansa tranqüila entre os lábios
Não seca o sal da lágrima doída;

Brota em um poço raso e vermelho
Escapa e se perde
No mapa desenhado pela vida
Antes que uma se vai
Outra se vem
São filhas bailarinas das meninas;

Se por dor ou por amor
Alguém a acordou
Do sono profundo do coração
Dotada de uma química estranha
No lenço ou papel veio absorver em vão;

Cava a alma à profunda extorsão
O timbre da voz que tonteia
Balbucia na ignorada mansidão
A lágrima com o tempo insiste a secar
Porém o gosto extraído do sal
Adormece nos lábios de quem a provar.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 29
Itaquaquecetuba (sp)

Antes que uma se vai
Outra se vem
São filhas bailarinas das meninas...
 
O SAL DA LÁGRIMA

CIGARRO AMIGO

 
[b]CIGARRO AMIGO

De bituca em bituca
Nas calçadas desta vida
És falado mal nas bocas
Desta sociedade maluca.

És como eu;
Consumido a cada trago, e...
Queimando assim por dentro
Até que as cinzas nos separem
És assim como eu.

És comprado pelos bares
E eu pelas urnas
Causando a dependência
Da cabeça imatura
És comprado como eu
Pela falta de cultura.

Cigarro amigo;
A cada suspiro
Na cadeia de inimigos
És fiel até a morte
Do primeiro ao vigésimo
São tantos a serem consumidos.

Se te lanço dos meus dedos
É que não te quero nos meus lábios
Tua alma em fumaça dispensa da narina
Se te lanço dos meus dedos
És bituca, cigarro amigo...
Nas calçadas desta vida.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Maio de 2002 no dia 18
Itaquaquecetuba (sp)
[/b]

És comprado como eu
Pela falta de cultura...
 
CIGARRO AMIGO

Caneta Vazia

 
Quando minhas mãos teimarem
Em não mais percorrerem
Pelas linhas imaginárias
De um branquicento papel
Onde o vazio se fará presente
E palavras sucumbirão
A primavera multicor
Alcançar o olhar daltônico
É certo que a esferográfica
Manipulada na mão deste poeta
Após ter sofrido enfarto
E cair sem vida
Por todo sangue derramado
Serei-lhe farto de inspiração
Meu coração lhe emprestará
A tinta e ao reanimá-la
Voltarei a colocar no papel
Meus sentimentos por você.

Inspirado em Fernanda Villarim Zacarelli
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Julho de 2007 no dia 26
Guarulhos (sp)

Por todo sangue derramado
Serei-lhe farto de inspiração...
 
Caneta Vazia

POESIA ADORMECIDA

 
POESIA ADORMECIDA

Vida que se foi poesia
Lágrima sofrida despercebida
Como vai a vida...
No crepúsculo o sofrimento
Em minhas manhãs, pensamento
Este outono de folhas caídas
Varreu meu coração;
Me diz o que fazer agora
Sangue meu em minha veia outrora
Se o mar perdeu a imensidão
E o sol a escuridão...
A mesa farta de pão e pai
A gula das incertezas da vida que nos faz
Vai, vai, vai em paz...
Ora meu coração bate em vão
Subordinado a vida então
Outras primaveras virão
E flores, e dores encontrarão;
Não chores por mim
Por não mais me veres
Abrace teus filhos hoje
E amenize teus sofreres
E quanto a mim
Eu serei poesia...
No teu coração, em tuas mãos
Nesta tua escrita.

Homenagem à Fatima Rodrigues
Nesta perda irreparável de seu pai.
Arujá (sp) Abril de 2009 no dia 09
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli.


Me diz o que fazer agora
Sangue meu em minha veia outrora
Se o mar perdeu a imensidão
E o sol a escuridão...
 
POESIA ADORMECIDA

Lobo Ferido

 
O deserto parece que rasteja aos meus pés
E o vento se curva aos meus ouvidos
Sou um lobo que uiva ao encontro do nada
A sombra de alguém que assombra o meu quarto;

Eu lembro que um dia você preferiu o silêncio
Sei que você não pode mais me esperar;
Mas eu ainda posso cortar ao fio da navalha
As mentiras que me trazem você;

Com os olhos negros fumegantes
À noite me atrai em círculos
Ouço o cantar vicioso das cigarras
Estamos tão longe e ao mesmo tempo tão perto;

Quem poderá fender a cicatrizes que carrego?
Tenho o tempo por inimigo e cansaço...
Tenho sede por um lábio dissolvendo
Águas desperdiçadas e lágrimas absorvendo;

Sou um lobo que uiva ao encontro do nada
Faróis me cegam ao longo da estrada
O caminho de volta já não sabe ao certo
O sangue como rastros me vazou em pensamentos.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Julio de 2011 no dia 21.
 
Lobo Ferido

IDENTIDADE PRÓPRIA

 
IDENTIDADE PRÓPRIA

Devoradores sois apenas mortais...
Sois restos de uma ideologia culta
Terra improdutiva de nascentes irreais
Sois a fome dos que fartam de banquetes
A elite podre e a gula da intolerável compreensão
Digeridos em um só golpe da terrível congestão...
Devoradores de consciência sois mortais
Na embriagueis da vossa concupiscência
Entrais por portas sem autorização
A cada gole uma visão, uma mente!
Uma porta arrombada, desmoralização...
Por que dormes a tua aparência no espelho
E descansa tua imagem no reflexo da imaginação
Por que deixeis transformar a tua retina em cegueira
E o doce cantar fúnebre sepultar tua visão
O mais sábio dos sábios é mortal
E carrega sangue vermelho da tua alma
Teu pensamento condenado em liberdade condicional
Eu pude ler a tua mente que me veio como carta de covardia
Em um terrível ponto de interrogação
Teu corpo é um manto de uma pira interminável
Mas a tua consciência fora arruinada
Por cães de mandíbulas políticas
Mas a ti fora reservado um tribunal de justiça
Sereis julgado severamente por tua estupidez
Fostes dominados pelos devoradores de consciência
Não eram mais sábios que ti
Aprisionaram-te dentro de um pequeno mundo, tua mente...
Não podeis comprar o mais alto prédio
Não podeis sentar na melhor poltrona
Não podeis fazer as melhores leis
Não podeis julgar o menor dos atos
Não lhe foi confiado à promotoria
Nem advocacia para defender tua causa
Porém a mais terrível das prisões está em tua mente
Que fenderam sem esforço
As trancas do teu raciocínio corroeram
E te tornastes mortal sem identidade própria
No mundo dos sábios e devoradores
Sois apenas um mortal.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli

Janeiro de 2003 no dia 06 / Itaquaquecetuba ( SP )

Teu corpo é um manto de uma pira interminável
Mas a tua consciência fora arruinada
Por cães de mandíbulas políticas...
 
IDENTIDADE PRÓPRIA

AMARELINHA

 
AMARELINHA

Risco de tijolo no asfalto quente
Lembro tua mão um retângulo desenhar
Sentada na calçada por vez impaciente
A espera de um carro depressa a passar ;

Arquiteta de um desejo de infância
Engenheira na vontade de brincar
Outrora a lembrança quando criança
Tão jovem no peito teima a visitar ;

A casca de banana sobre as mãos
Espera dentre o número acertar
A certeza quando erra de que não
Outra chance se a parceira vir errar ;

O pó do tijolo logo enfraquece
Na amarelinha do pula saci
Contorna o retângulo que jamais esquece
E acaba teu sonho com a chuva a cair ;

Despede do asfalto o sonho de menina
Das mãos pequenina o tijolo a quebrar
Dos pés à vontade de pular amarelinha
Que a chuva invejosa se apressa em apagar .

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 29
Village (sp)

Contorna o retângulo que jamais esquece
E acaba teu sonho com a chuva a cair...
 
AMARELINHA

CREPÚSCULO

 
CREPÚSCULO

Sobre a mesa da áspera madeira
A vela que lhe faz companhia
Empresta seu corpo de luz por inteira
De resina e pavio apagada
Morre debruçada no colo do dia.

Sobre o papel amarelo envelhecido
Descansa a condoída poesia
Quando cai a noite fria de improviso
A pena que com pena do autor
Empresta a tinta
E morre esturricada e vazia.

O velho homem bem que tentou
Tomar inspiração na tal tristeza
A saudade da mulher que amava
É o que restou
Quando o sono pesava-lhe
O rosto sobre a mesa.

Ao dormir no crepúsculo da noite fatídica
A vela se apagou junto à poesia
Talvez em sonho a realidade verídica
Daquele velho homem
Extraia toda a dor
Como da pena que vazou a tinta.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 30
Arujá (sp)

Sobre o papel amarelo envelhecido
Descansa a condoída poesia...
 
CREPÚSCULO

Marcelo Henrique Zacarelli