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Re: "Apagar", não porque... 2

Membro desde:
2/3/2007 19:42
De Queluz
Mensagens: 3731
O que mais me choca no 25 de Abril de hoje, é ver a indiferença dos mais novos perante uma coisa que foi um dos marcos mais importantes da nossa história. Não saberem nada de nada e nem se importarem sequer com isso... soubessem eles que se não tivessem havido homens de coragem para virar o rumo do País, eles hoje não seriam como são. Não teriam as coisas que têm(a mais) e não se comportariam como comportam(tantas vezes desrespeitando os mais velhos). Se não tivesse havido um 25 de Abril em 1974, muitos deles nem sequer cá estariam, pois se calhar os seus avós ou pais não teriam sobrevivido na guerra das colónias para onde eram obrigados a ir contra a sua vontade e o penoso desespero das famílias. Deveriam ser obrigados a ler "Os Cus de Judas" de António Lobo Antunes, para ficarem com uma ideia do que estou a dizer.
Por isso, meu amigo JLL, compreendo muito bem o desespero e a angústia da tua família(e de tantas outras na mesma situação), assim como compreendo as tuas palavras aqui deixadas hoje. Um beijinho grande para ti(ando sempre por aqui).
Amigo Zé Silveira, o teu vídeo é de uma importância grandiosa, tendo em conta que foi feito a partir de trabalhos de crianças e das motivações que lhe deram origem. Muito obrigado por o teres trazido até aqui, para mim. Um beijinho grande também para ti, amigo do outro lado do oceano mas tão perto de todos nós.
Sandra, hoje as couves e as cenouras deram lugar aos cravos rubros, portanto, não há motivo para alarmes de maior... já vi muito pior por aqui! Beijo também para ti.

Criado em: 25/4/2012 22:02
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Re: "Apagar", não porque... 2
Membro de honra
Membro desde:
17/7/2008 21:41
Mensagens: 2207
Camaradas,
Antes que me esqueça: não ao botão "apagar".
Gostei do que vi acima. Não é por se pensar de forma diferente, quer no que concerne ao botão "apagar", quer até no que a vida nos trouxe e nos fez ser diferentes ao nível, por exemplo, político que o diálogo se torna impossível.
É possível e é, sobretudo, essencial e salutar. Por mais estranho que possa parecer, mesmo que não se o diga claramente, estamos sempre um pouco mais deslocados do ponto inicial quando se escuta a opinião alheia.
Para mim, que sou marxista, na medida em que acredito que há uma via para que o fim da História se concretize, História entendida aqui como a extinção de classe, logo o fim da luta entre classes pela inexistência das mesmas, e classe tida como grupo opressor e oprimido pela via económica, pela relação de trabalho, creio que se há algo que o 25 de Abril nos trouxe foi exactamente dizer o que pensamos sem ter que olhar de lado, sem receio. Não creio que a solução passe pela tomada violenta do poder, mas pela via eleitoral, embora, confesse, por vezes, até pela forma como a informação nos é entregue (como exemplo, refiro a expressão "partido de poder", coisa que me arrepia) que até dava vontade, mas há um valor superior e esse valor é o não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem.
25 de Abril, sempre, mas sempre mesmo.
Um abraço
Xavier Zarco

Criado em: 26/4/2012 10:08
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Re: "Apagar", não porque... 2
Membro de honra
Membro desde:
8/12/2008 15:15
De Vila Viçosa
Mensagens: 3855
Que se recorde no resto do ano, o 25 de Abril actualmente está incluído numa lista de feriados, nada mais que isso, o dia disto o daquilo, tornou-se chique relembrar certos dias através de mensagens, no resto do ano a memória hiberna. Tal como no próprio dia psra a maioria do povo português.
Cleo os mais novos não têm memória porque os filhos de Abril passaram ao lado e esqueceram-se de lhe incutir a memória, assumo a minha culpa.

https://www.facebook.com/photo.php?fbi ... 1328896748&type=1&theater

Ontem em Évora nas comemorações do que deveria ser e não é.

Por isso tudo sou contra o botão.

Criado em: 26/4/2012 13:32
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Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...
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Re: "Apagar", não porque... 2

Membro desde:
2/3/2007 19:42
De Queluz
Mensagens: 3731
Ainda a propósito do 25 de Abril...


Já um pouco fora de tempo, mas ainda muito a tempo de não deixar passar este resumo/pesquisa que me pareceu bem interessante.

As coisas que não se podiam fazer nem dizer antes do 25 de Abril.



Trinta e oito anos depois da Revolução, recordamos o país antes de Abril. Onde falar podia levar à cadeia. Vivíamos num Portugal amordaçado. Nesse tempo eu ainda não era nascido, não me lembro de nada do 25 de Abril, apenas sei histórias do que se passaram, mas nunca as entendi. Na tarde do dia 25 de Abril de 2012, que se fez sentir com grande chuva, aproveitei esse tempo e andei a passear pela internet a ler coisas de outros tempos, e pedi ajuda aos amigos do Facebook sobre as coisas que não se podiam fazer nem dizer antes do 25 de Abril. Na qual fico muito grato. Sem a vossa colaboração este trabalho não era a mesma coisa, muitas das minhas palavras são as vossas...

Encontrei algo tao estranho e tao simples como por exemplo.


Antes do 25 de Abril, nas escolas as meninas e os meninos tinham salas e recreios diferentes. Fiquei espantado, qual seria o motivo que levara a separar os meninos de escola, que nem brincar podiam faze-lo juntos.

A coca-cola era proibida em Portugal mas no ultramar ou nas ex-colónias, todos a bebiam, não era proibia. Foi-me dito que era por causa da concorrência dos vinhos produzidos e vendidos em Portugal. Tenho o testemunho de um amigo, cuja sua naturalidade é Angola, que me disse um dia em conversa “quando cheguei a Portugal mais o meu irmão pedimos uma coca-cola e a resposta do Sr.º da mercearia foi o que é isso?” Pois em Angola bebiam o tao delicioso refrescante, e em Portugal nem sabiam o que era.

Sabiam que era preciso uma licença anual para uso de isqueiros, e que custava 10 escudos (dinheiro usado nessa altura) e era transportada pelo dono do isqueiro a sua falta implicava o pagamento de uma multa! Mas se fosse debaixo de telha que não era proibido, pois para os mais aventureiros trazia um bocado de uma telha para acenderem o seu cigarro em “liberdade”. Fiquei a saber que licença dos isqueiros foi a partir da fundação da Fosforeira Nacional, era para incentivar o pessoal a comprar fósforos... (caso para dizer, manda quem pode mandar).

Ou desde a falta de liberdade a todos os níveis até á simples opinião pessoal, as pessoas viviam numa miséria, principalmente as do campo, por não existir nenhum sistema de saúde organizado e gratuito que permitisse o aceso a quem mais precisava, sendo que não existia reformas e obviamente as pessoas não tinham dinheiro. O trabalho era pago em trocas de serviços.

Não podíamos pisar nem a relva dos jardins nem tocar mas flores, no entanto estes estavam mais limpos. Pagava-se uma multa por cuspir para o chão, havia multas para quem suja-se o chão.
E que nem os pobres aqueles que não tinham mesmo nada, podiam pedir esmolas na rua, não havia sem-abrigos, mas sim a chamada Mitra onde alojavam os pobres.

De noite duas pessoas não podiam estacionar a conversar era considerado uma manifestação. Ninguém podia ser funcionário público, sem assinar um documento declarando não pertencer a nenhuma organização.

As mulheres não podiam usar calças e as saias era 20 centímetros do chão sem chegar ao joelho sequer.
As mulheres não podiam viajar para o estrangeiro sem autorização dos maridos.

O divórcio era proibido ao acordo estalecido com a Igreja Católica de 1914, pelo que todas as crianças nascidas de uma nova relação, posterior ao primeiro casamento eram consideradas ilegítimas.

Nem as crianças escapavam... não podiam jogar á bola na rua! Se fossem apanhados rasgavam-lhes a bola, parece mentira, mas foi-me dito por quem sofreu na “pele” e viveu histórias de vida, que, hoje contadas, parecem-se ou fazem lembrar anedotas, com o seguinte testemunho “eu gostava de jogar á bola e andava sempre no meio dos rapazes p me deixarem jogar lembro-me que ado vinha a policia levava a bola e tentavam saber quem eram os pais às vezes apanhavam e os pais pagavam uma multa não sei é o valor”
Isto é uns dos exemplos que eu desconhecia antes de meter nesta história, historias reais vividas que hoje contadas parecem histórias.

Mas continuando, com o assunto do 25 de Abril de 1974, em Portugal, não havia liberdade, existia censura, as pessoas não podiam dizer o que pensavam nem exprimir a sua opinião.
Havia uma polícia política, a PIDE, que controlava os cidadãos. A PIDE perseguia as pessoas que dissessem alguma coisa sobre o Governo ou sobre os governantes e, por isso havia muitos presos políticos.
E o amigo Alfredo Pereira disse: “ A guerra nas nossas colonias, ninguém podia falar, o estar a favor da Descolonização, nem pensar nisso. O meu Pai ensinou-me, a só ouvir, a BBC de Londres, ou a Rádio Moscovo, só bem à noite, sem ninguém o saber, ninguém podia dizer seja o que fosse que não fosse ideologia do Governo chefiado por Marcelo Caetano, por exemplo…próximo de nós poderia estar alguém que estava como nosso amigo, mas não era mais que alguém iria transmitir tudo o que fosse contra o Governo, e depois.poderia ser a prisão, só por umas simples palavras..... Devemos dizer que Marcelo Caetano fez algumas das principais reformas que o Pais nunca tinha tido, temos que ser realistas, os Militares de Abril fizeram a Revolução dos cravos, porquê?? por causa do Povo??...NÃO!!...não queriam era ir para a guerra do Ultramar, foi essa a causa, e mais nada.....diga-se que era o suficiente! chegava! mais cedo ou mais tarde Portugal teria que deixar as ex Colónias, e da Guerra vinham muitos militares com traumas, com problemas fisicos ou morriam por lá....lembro-me em S.Jorge da Beira minha Terra, havia muitas viúvas e bem novas.” Um testemunho notável.

Mesmo para quem tenha vivido nesse tempo, há por vezes dados que a memória foi apagando. Descobri numa pesquisa que fiz, que as mulheres apenas tiveram direito de voto depois de 1968? Que apenas em 1971, três anos antes do 25 de Abril.

Não havia Liberdade nem Democracia em Portugal, pois encontrava-se envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique. Não havia Liberdade nem Paz. Em Portugal, nos tempos do Dr. Salazar todos se esforçaram por manter a mulher no papel tradicional de mãe, dona-de-casa e acima de tudo a mulher que era totalmente e voluntariamente e submissa ao marido.

Encontrei situações curiosas, que se não fossem a «verdade» do nosso passado tão próximo, hoje não deixariam de ser histórias fantásticas para animar jantares de famílias e até de amigos.
É de relembrar que por exemplo antes do 25 de Abril as mulheres casadas não podiam mexer nas suas propriedades!

As enfermeiras não podiam casar e as professoras não podiam casar com qualquer pessoa, sendo que caso quisessem prevaricar e experimentar o «casório» tinham que para isso de pedir autorização, que depois de concedida saía publicado em Diário da Republica e mais, estava também escrito que uma professora nunca poderia casar com alguém que ganhasse menos que ela!
Uma mulher casada não podia por exemplo ir para o estrangeiro sem que tivesse uma autorização do marido e também sem autorização não poderia trabalhar! Basicamente o marido tinha poder perante a lei para chegar ao local de trabalho da mulher e dizer que não a autorizava a trabalhar e ela tinha que ser despedida.

Muito mais havia para acrescentar e estou ciente que os testemunhos das mulheres desses dias serão coisas quase inacreditáveis para as mulheres dos dias de hoje…
E a finalizar nem sei que diga quando comparo isto aos dias de hoje, certo é que vivemos em dias complicados, nada fácies, o Pais atravessa uma grande crise, cada vez são mais os cortes, mas mesmo assim podemos dar como felizes quando comparemos aos dias de hoje.

Obrigado a todos pela vossa ajuda,
Carlos Alberto Santos Barata.

https://www.facebook.com/#!/photo.php? ... 72.100001372393937&type=1

Criado em: 29/4/2012 1:53
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Re: "Apagar", não porque... 2
Membro de honra
Membro desde:
31/3/2008 17:45
De Braga
Mensagens: 8106
Bem, Cleo, podias ter escolhido informações mais correctas.
No Direito de Família a mulher precisava de autorização do marido para exercer o comércio; o divórcio só não era permitido nos casamentos católicos.
O adultério era crime para ambos os cônjuges.
Quanto a isqueiros e taxas, hoje existem outras tão absurdas como essas, como seja a da factura da EDP pela perda desta do monopólio do fornecimento da electricidade.
Já havia pensões de reforma, aliás foi Marcelo Caetano que criou pensões para os trabalhadores rurais que nunca tinham tido oportunidade de descontar para a segurança social.
Só a guerra colonial gastava mais que o orçamento de estado actual, mas ainda assim a moeda era forte.
Não havia democracia nem liberdade, mas hoje também não há, que a que temos tão enganadora e falsa, pois estamos atados nela mesma, que legitima o polvo da roubalheira e do abuso de poder instalado, que legisla no interesse próprio e não de todos.


Criado em: 29/4/2012 7:38
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Re: "Apagar", não porque... 2
Membro de honra
Membro desde:
17/7/2008 21:41
Mensagens: 2207
Cara Roque Silveira,
Gostei dos exemplos. No entanto, hoje, em Portugal, há democracia, no sentido em que há a possibilidade dos detentores do poder político o exercerem. A questão é outra: por que o não exercem de forma a mudar o estado de coisas; isto é: por que se escolhem sempre entre os mesmos? Será que em todos estes anos de democracia ainda não entenderam que não é esta a via? Fazer política é estabelecer prioridades e será que ainda não se vislumbrou que não são estas as prioridades que nos podem conduzir ao sucesso como país? Caminhamos para algo que, sinceramente, não me agrada, e nada, a de um destes dias nos acenarem com a solução mágica do federalismo. Será que vamos acordar somente aí? Tal como ocorreu no século 14 e 17?
Um beijo
Xavier Zarco

Criado em: 29/4/2012 11:54
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Re: "Apagar", não porque... 2
Da casa!
Membro desde:
25/8/2011 18:18
De santamariadafeira.pt
Mensagens: 467
e o butõe carago?
já tudo se iskesseu dele?
agora inté defendem o obussoleto orgulhosamente sós.
inté sixquecem do povos de todo o mundo uni-vos!!!
pois isto praqui muda mesmo
se foxem as republicas xuxialistas xubiéticas já taba beinhe!!
libertários de todo o lujo uni-bos contra os butões!!!
abaixo as finanças os impostos as dibidas e todos os gobernos
e a democraxia antes do 25? exa é k era boua?
tá beim tá!
perdoai-nos sinhore as noxas dibidas assim como nós tb perdoamos pq ninguém xabe o k fax (diz ixcrebe eu xei lá!)

o indiguinado dos botuões

Criado em: 29/4/2012 16:32
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Re: "Apagar", não porque... 2

Membro desde:
2/3/2007 19:42
De Queluz
Mensagens: 3731
Sim, Roque, podia; pois podia, mas aquelas foram recolhidas num grupo ao qual pertenço no facebook(Amigos da Serra do Açor), com testemunhos de gente simples e que viveu e sentiu na pele muitas dessas restrições. Li, gostei; e como sou de impulsos...

Criado em: 29/4/2012 16:36
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Re: "Apagar", não porque... 2
Membro de honra
Membro desde:
1/12/2007 10:08
De Natural de Sacavém,residente em Les Vans sul da Ardéche França
Mensagens: 7073
Pois Cleo, muita coisa há ainda para contar.
Poso contar duas ou três que de momento me vêm à memória.
Certo dia depois de jantar, fui como de costume tomar a minha bica ao café Novo Mundo em Sacavem; quando cheguei, vi a esposa do meu amigo Higino Serrano que era o proprietário do café a chorar.
Perguntei o que se passava e ela disse-me que o marido tinha sido convocado pela PIDE, foi e ficou preso sem ninguém saber o porquê.
Ele tinha ido em Lambretta e esta tinha ficado à porta da sede desses senhores na Rua António Maria Cardoso e era preciso a lá ir buscar. Como eu também tinha uma, levei comigo um outro amigo que tinha carta de condução e lá fomos buscar a Lambretta.
No dia seguinte, soube-se que ele tinha sido preso pela simples razão que um dos nossos amigos tinha vindo até Paris e tinha enviado o jornal Le Humanité para o café, foi o suficiente para prenderem o dono do café. Ficou dois ou três dias e deixaram-no sair pois que ele não era culpado de que alguém tivesse enviado um jornal sem que ele mesmo soubesse, pois que esse jornal foi apreendido antes de chegar ao destinatário.
Uma outra história, foi a seguinte:
O Eduardo Gageiro que tinha sido considerado o melhor fotógrafo ao Mundo, foi preso. Foi a surpresa que me tinham reservado para mais uma chegada minha ao café. Porquê? Ninguém sabia. O Eduardo preso pela PIDE? Mas se lhe perguntassem quem era o Ministro da segurança social ele nem sabia visto que ele nunca se tinha interessado pela politica, todos ficamos admirado, o que se teria passado?
O pai dele, comerciante, lá andou a bater à porta deste e daquele para tentar libertar o filho e foi assim que se soube a razão da detenção.
Pessoas dessa época, devem de estar lembrados do acidente de comboio em Custóias. O Eduardo, fotógrafo no Jornal o Século, lá foi a Custóias para fazer a reportagem.
Um jornal alemão, contatou-o e pediu-lhe fotografias do acidente e ele claro era a vida dele, vendeu fotografias.
Quando o Eduardo chegou a sede da PIDE, um agente mostrou-lhe as fotografias publicadas no jornal perguntando-lhe se ela as conhecia, Sim, claro que as conheço. E o que é que está escrito como legenda? Não sei ler alemão, logo não sei. O agente disse-lhe: OBRAS DE SALAZAR.
Claro, ele desculpou-se, que nada tinha a ver com o que estava escrito mas lá ficou uns dias em estágio e foi o Diretor do Jornal o Século, que a pedido do pai do Eduardo, fez o possível para o libertar.
Quando das eleições em que o General Humberto Delgado foi candidato, em Sacavém havia uma comissão que se encarregava da distribuição dos boletins de votos, entre outras coisas e um dos delegados, O Francisco Pinto,foi a sede do General à avenida da Liberdade para ir buscar os boletins e quando ia a entrar num táxi que o esperava, foi agarrado por um agente da PIDE, que levou uma patada do peito enquanto o condutor do táxi partiu em trompa.
No dia seguinte, ele precisava de voltar para ir buscar mais votos para a zona de Loures mas estava com receio de ser apanhado, visto a aventura da véspera e mais uma vez o Fonseca foi chamado para ajudar. Como tens uma Lambretta, ( era sempre assim que começava) não te importas de ir comigo, pois que no caso em que tenha de fugir é mais fácil com a Lambretta em Lisboa do que com um carro e lá fui.
Tenho a dizer, que não me arrependi de lá ter ido, pois que estava eu na sala quando o General Humberto Delgado chegou e começou a dar instruções aos delegados.
Ao entrar no seu gabinete, ele viu dois agentes da PIDE sentados à porta do gabinete.
_Que fazem esta duas merdas aqui? Rua!!!!! os agentes levantaram-se e saíram o General bateu com a mão na porta e disse, eles pensam que isto é madeira, mas enganam-se isto é de pedra,
naquela sua voz de General.
Entretanto, os dois agentes voltaram e sentaram-se à porta, quando General saiu e o viu, começou a rir à gargalhada e disse, estes dois cobardes nem sequer sabem que eu sou obrigado a o aceitar aqui.
Voltámos para Sacavem sem problemas mas tive o prazer de estar tão longe de esse grade Homem como estou agora do meu computador.
Por aqui fico, se me lembrar de outras, voltarei mas esqueci-ame de lhe dizer, o Francisco Pito Pinto depois das falsas eleições, foi preso e só saiu da prisão de Peniche quando do 25 de Abril e o seu associado o Oscar de Figeiredo tinha apanhado 8 anos de prisão, saiu mais cedo, os dois tinham uma serralharia em Sacavem.


Criado em: 29/4/2012 21:39
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SOU COMO SOU E NÃO COMO OS OUTROS QUEIRAM QUE EU SEJA

Sociedade Portuguesa de Autores a Lisboa
AUTOR Nº 16430
http://sacavempoesia.blogspot.com em português
http://monplaisiramoi.eklablog.com. contos para as crianças de 3 à 103 ans
http://a...
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Re: "Apagar", não porque... 2
Da casa!
Membro desde:
25/8/2011 18:18
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Mensagens: 467
ora beinhe,
assim comassim já quisto é mesmo prá cumbersa elebada por sinal e teinhe tudo a ber co botõe é axim como lápis ajul tão a bere num tão?
pois
eu num me exkexo do botõe!
ora lá tenho eue támãe de dijer umas coijitas do tempo da autra xenhora
inda me laimbro do se bem me lembro do neméjio e do marcelo qando ganhou a ileixões em 69
inté dijem que foi uma primabera!
ah e o meu irmão mais belho foi prós comandos em angola uno antes e um ano despois do 25
mas num morreu coitado ficou foi co pó traumático ó lá como xe xama ixo
e depois beio o berõe quente carago ixo é foie e as barricadas e essa coija toda e sxaltos às xedes dos comunas
olarila
ixo tb foi um 25 bem feito lá ixo foi
mas bámos ló butõe e desbiem a cumberxa carago
ó intão faxam autro tópico quisto axim daki a pauko bem ai o sr da administrxão e bumba
bai tudo pó aljube ó pa caxias
ê cá na sê cumo é o dono disto tem tanta pacência
por menux ê cá já tinha posto alguns a mexer daki e a bater cos calcantes nas nalgas carago
ai xe me xamassem idi amin lo go viam o cu à carrixa
ai biam biam!
camaradas abaixo os malditos dos botoxes!!
o indiguinado dos botuões

Criado em: 29/4/2012 22:07
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