É verão, o calor arrasta-se
Mantendo-se desde o nascer ao pôr
A brisa que corre aquecida, desvanece
O meu rosto procura outro ardor…
Deixo o sol se pôr
A lua iluminar meu caminho
O amanha o hoje transpor
E sigo eu na caminhada, sozinho...
Passo a passo, noite fora
Só o silêncio me acompanha
E a brisa natural, agora estranha
É da hora!
Penso, só penso em não pensar
Tudo vejo, tudo quero
A natureza venero
E ainda não me fartei de caminhar
Sinto-me só, estranhamente só
Mas como me posso sentir só?
Há árvores, insectos, ervas ,flores…
Há vida para além de mim!
Há quem também tenha dores
E ainda quem se canse de viver assim
Ando caminho, percorro estrada
Ainda sozinho acompanhado por todo o nada
Olho para a lua abrilhantada
Cheia, como eu ser gostava…
Todo o vazio esta cheio
Preenchido por tudo que não vejo
Quero juntar-me a ele mas tenho receio
De que o ele me mergulhe em não mais que desejo
Continuo a caminhar
Quando irei parar?
Quando me cansar!
Esta claro que seria melhor se fosse a voar…
Mas voar para onde?
Se para onde vou nem eu mesmo sei
Assim demore o que demorar
Vou seguindo e quando chegar
Simplesmente cheguei!
Não tenho Tempo
Porque o Tempo não me pertence
Não tem dono nem descanso
Apenas existe, é do que me convence,
O Tempo que assim sei chamar
Não se formou ao assim se baptizar
Pois quando se assim chamou
Já ele se assim chamava e nada mudou!
Por isso tenho todo o Tempo que não me pertence
Lá vou eu na minha caminhada
Sem rumo , sem ter nada
Apenas eu e Mundo que a meu ser vence.
A Vida que tenho, tive sem pedir
Tive-a porque assim mereci?
Ou apenas para merecer tive de para cá vir?
Saber nada sei, só sei que viver ainda mal vivi!
Mas a caminhada ainda não parou
Vou é seguir porque ainda não acabou
E dela chegar ao Tempo que mal começou
Nesta caminhada do Tempo
Que sigo por ter vida
Quero um empurro do vento
Para que sinta a vida mais vivida
O Tempo não passa,
O Tempo não espera,
O tempo não pára
É a Vida do Tempo uma Era!