O Deus Que Habita Em Mim!
O Deus que habita minh'alma,
Vem da aurora dourada
Com seus raios vivificadores
Que renovam as Esperanças e a Fé
Para um novo dia...
Vem dos lírios dos campos e
Dos jardins floridos...
Vem do crepúsculo do Sol com
Seu espetáculo de cores douradas
No horizonte...
Vem da noite enluarada
Com suas estrelas brilhantes,
Reluzentes, estrelas cadentes
E sua Lua encantada...
O Deus que habita minh'alma,
Vem do divino orvalho
Da madrugada
Com suas gotículas prateadas
Caindo sobre as flores delicadas...
Vem do lindo azul do mar,
De toda à natureza,
Das matas verdes e igarapés,
Cachoeiras e do lindo
Canto dos passarinhos
Como o canto do rouxinol e
Do bem-te-vi...
Vem dos Salmos de Davi....
O Deus que habita minh'alma
É o Deus do Amor, da mística rubra flor,
Do peregrino e trepidante beija-flor,
Dos nobres sentimentos
E enlevados pensamentos...
Vem da chuva que faz brotar...
Vem do místico arco-íris
Com suas cores sutis...
Vem da melodia
Da inspirada poesia...
Enfim, o Deus que habita em mim
É o mesmo que está em toda parte,
Em tudo e em todos,
No meu e no teu coração,
Somos filhos da mesma criação,
Do mesmo Pai Criador,
Portanto, somos todos Irmãos,
Filhos do Amor!
Elias Akhenaton
Despertam rios nos teus olhos
Toca o clarim da vida…
Ao longe debanda a passarada
Já a aurora se insurge
Nos céus, um sol de alvoradas
Há vozes feitas de cânticos
No ar, um latir safado
Há lírios nos meus encantos
Crianças às gargalhadas
Despertam rios nos teus olhos
Azuis, de água marejada
É benta feita de luz
Remanso da minha alma
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
Um Novo Capítulo II
Um Novo Capítulo II
Adeus, pela última vez.
Me vou, de vez eu vou embora
Em frente, sem olhar para trás
Tudo já foi bem pensado
Com um só resultado
Eu estou indo ver outras paragens
Sorver essas milhentas aragens
Que me irão fazer renascer
De nada adianta insistires
Já se gastaram todos os perdões
E caso não saibas, os encontrões
Com que fizeste tua vida a me dar
Nos olhos levo pauzinhos a abri-los
Não vás tu me tentar iludir de novo
Vou deixar a cidade e mudar de rio
Esse meu destino é escolha minha
Por uma vez, não irás mais mandar
em todas as minhas razões e ideias
que as décadas passaram tão rápido
e apenas tu comandaste essas rédeas
Vou embora com o espirito livre e
Vou dançar todo o tempo que me apetecer
Com a música aos gritos
Vou voar no trapézio alto de um jardim
E daqui a nada já chego ás estrelas
Ansiosas de me conhecer e brilhar
Já reservei o meu poiso na querida Lua
E tirando o chapéu ao Sol me despedi
Falta-me ir beijar e abraçar o meu Tejo
Que me deu tantas telas mágicas
E agradecer-lhe por todas as nuvens
Passageiras de chuva muito necessária
Adeus, estou partindo e vou em frente
Estou indo pela última vez, vou
Fuuiiiiiiii
Figueira da Foz, 2 Outubro 2016
Maria
a que se cansou de ser flor e se deixou fazer semente
num outro lugar junto a um rio que corre para o mar.
A menina da trança (dedicatória a amiga de infância)
A MENINA DA TRANÇA
Ergue os olhos ao Céu
Seu rosto é como o tempo que lhe resta
Vive, nela uma faúlha de esperança
Que algum bem estar ainda lhe empresta.
De criança?
Resta apenas a lembrança!
O calor do Sol que a cobria e aquecia
Lembro esta menina da trança
E a fome que às vezes com ela trazia.
Só a saudade no tempo ficou
Tempo que não se apieda de ninguém
Quanto tinha, quanto lhe levou
Vive mastigando solidão. aqui e além.
Há-de partir tal qual chegou
Levando suas mãos a abanar
Amou, sofreu, chorou
Deixa para trás o Sonho por sonhar.
Assim se lhe vai acabando a Vida
Mas para ela já tudo é indiferente!?
A quem importa se está de partida?
A quem importa o que ela sente?
E a menina da trança
Trancou tudo na lembrança!
Será que esqueceu nossa amizade?
Aqui na minha solidão a recordo com saudade
Dobro a saudade cuidadosamente.
Para não se perderem as gargalhadas
Que ouço constantemente
Nas brincadeiras «às apanhadas».
rosafogo
A criança. A vida. A candura...
Como é bom ter uma criança...
Em seu esplendor!
Seja como for.
Não pode faltar amor!
Senão ficam tristes descolorindo
Seu mundo de sonhos.
Sonhos: sonhados,
Não percebidos por sua inocência.
A criança. A vida. A candura...
A ternura de ser inocente
Compara-se ao bailar das folhas
Tocadas pelo vento...
Ao nascer do sol, ao brilho das estrelas,
No desabrochar das flores – um rebento!
Impetuoso perfume da vida...
No sabor dos doces, mesclados de carinho.
Tê-las ou não tê-las no seu ninho?
Um sorriso divino – valioso tesouro,
Renova a esperança - inspira confiança!
Guarulhos, 08/11/2014 – Mary Jun
Há a Palavra
Há a palavra
Embutida no vazio,
Castrada do sentido
E mergulhada
Na cegueira.
Há o gesto simples
De ternura
Na fé oca e dura,
Pérfida na dualidade
Dos jogadores.
Há o engano
E a artificialidade
No lirismo insonoro
Na composição
Intrigada de reticências.
Há as bocas abertas
De espanto,
A consternação aflita
E o prurido que morde
A face, no esconderijo.
E há a Palavra
Viva e capaz,
O verso perfeito
Que espera em silêncio
A sua hora…
SER FELIZ É....
Gostaria que você sempre se lembrasse de que,
Ser feliz não é ter um céu sem tempestade,
Caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas,
Relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar forças no perdão,
Esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas,
E se tornar, um autor da própria história,
E agradecer a DEUS a cada dia pelo milagre da vida!
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos,
É ter coragem para ouvir um (NÃO)
Jamais desista das pessoas que amam você.
Jamais desista de ser FELIZ!
muros do esquecimento
Já não pousam os pássaros
nesta árvore de ramos nus
nem os sonhos têm encontro
marcado
neste pedaço de vida
aprisionado...sem luz!
Só uma solidão altiva
ameaça precipitar-se
sobre quem sonhou outrora,
e vem agora sorrateira
enfeitar-lhe o rosto
rasgar-lhe a pele
num amargo fel.
Embora seja só uma réstia
de esperança
há-de habitar-lhe sempre
a mente uma lembrança,
irá colher... uma a uma
com paixão
e se um dia ficar sem nenhuma
morrer-lhe-à o coração.
A memória será espelho partido
pássaro solitário,silencioso,
será o silêncio depois das palavras
será a ausência sobre todas as coisas
ganhas e perdidas,
sol misterioso,
que se esconde atrás das nuvens,
vestígios de vivências estremecidas.
natalia nuno
rosafogo
ao olhar para trás...
já confusa fica a memória
não há esperança que a salve
vai-se apagando sem dar conta
e mais uns dias vividos
já a vida vai a uma ponta
esta é a realidade,
ao olhar para trás
surge a saudade.
foi-se o calor dos sonhos
a impetuosa fantasia
tão própria da idade
sabendo que a vida aí
- é tão nossa!
quanta saudade
de tudo o tempo se apossa.
hoje parece que esse tempo
não me pertenceu
a noite já não é surpresa no meu
rosto
sombras desvanecidas
asas caídas
no olhar o sol posto.
natalia nuno
rosafogo
Versos à Toa
VERSOS À TOA
Minha mesa quando está posta
Até parece um altar
Branca toalha que se gosta
E o pão de Deus a sobrar.
Queria parar a Primavera
A esperança agasalhar
Dos sonhos ficar à espera
De os puder concretizar.
Trago minhas mãos vazias
Meus sonhos embaciados
No viver destes meus dias?
Trago risos encurralados.
Minha vida já está traçada
Muro que hei-de transpôr
Com pranto fiz a chegada
Ao partir seja o que fôr.
Mais um passo, mais espinho
Mesmo assim é curta a vida
Caminho, é o fim do caminho
Trago a esperança falecida.
Mas prendo-me à Primavera
Entôo cantigas de saudade
Recordo a juventude, bela era!
E como se foi o tempo da Mocidade
De saudade tenho o peito cheio
Do futuro pouco adivinho
Como pássaro no ramo com seu gorgeio
Canto à Vida com carinho.
Hoje os campos estão em festa
Atapetados de bonitas cores
- Em minha morada modesta
Na mesa uma jarra de flores.
Que venha quem vier por bem
Esta casa é Portuguesa com certeza
Pão, vinho e amizade sempre tem...
Pois se é uma casa Portuguesa?!
A última quadra lembra uma cantiga com o nome
«É uma casa Portuguesa» e foi sim a lembrar-me
dela que a escrevi. Eram umas simples quadras
antigas que hoje transformei em oitavas.
Será este o nome, pouco importa, não passam de
simples, mas eu gosto, me lembram uns anitos atrás.
rosafogo