Hoje estou triste
Hoje estou triste
A lua está escondida num céu pardacento, mesmo escuro.
Gosto de a comtemplar e mergulhar no seu brilho, sonhar
compor poemas de alegria, amor, criador de positivismo
talvez porque a esperança, fé, amor não me irão abandonar.
Conservo-os no âmago do meu ser apesar das amarguras
profundas que trazem dores cruas, sentidas até à eternidade.
Mas não me deixo abater, luto, a energia conservo-a, alguém
um dia pode precisar dela e eu dou-lha de muito boa vontade.
Mas que falta me faz o teu luar bela poética lua inspiradora
depois de soltares as lágrimas de protesto que te estão a pesar
o céu se compadece e mandará nuvens brancas para te consolar.
Então resplenderás e será um amanhã de brilho e plenitude
as mágoas esconder-se-hão, entre as estrelas, no tom do azul
e voltamos a ver-te, marota, brilhante, bela, casta de virtude!
Renasci para um novo destino
Passaste por mim como um relampago que rasga o ceu na efemeridade do tempo.
Foste em mim o tudo que se fez nada,e o nada que se fez tudo.
Foste a causa ,mas não o causador.
Foste a nascente mas não a fonte onde jorra o amor.
Nesse rio onde me vis-te desabrochar,ficaste eternamente na outra margem,sem nunca arranjares coragem de atravessares o rio onde me poderias encontrar.
Na margem onde desabrocharam os meus sonhos,contemplei-te sempre de longe com medo que teus raios me ferissem o olhar,naquele tempo que foi nosso.
Queria que tivesses sido o sol que me faria crescer,mas foste a trovoada que me derrubava a cada instante.
Queria que tivesses sido a chuva que me matasse a sede,mas foste a enchente que me alagava as ilusões.
Era silencioso o rio que nos separava,asim como eram silenciosos os diálogos que teimosamente trocávamos.
Desabrochei emfim quando o teu raio de luz desapareceu no horizonte e se desfez na terra húmida,perdendo toda a sua força e o seu brilho.
Encontrei-te nas tuas fraquezas e nos meus medos de menina.
Encontrei-te na tua dolorosa partida,e no vazio da tua ausencia.
Encontei-te e compreendi a missão que te tinham destinado.
Agarrei então nessa energia que de ti se afastava,nesse brilho que emfim me querias transmitir.
Agarrei-o com as minha duas mãos sedentas desse amor há tanto tempo adiado.
Eluminei a minha vida e o meu caminho,E
RENASCI PARA UM NOVO DESTINO..
São
11-03-2009.
(ps: Para o meu pai)
Tive Sorte
É o meu fim,
parecia mau presságio,
não era estrela cadente,
era a anunciação do 2014 UR116 em meu mundo.
Eu seria capaz de salvar o Cantareira só por uma noite,
se durasse mais teria me afogado.
Tive sorte, serviu de spa barato,
Obrigada Abençoado!
Pelo visto só entreguei uma fotocópia(embora autenticada),
O original encontra-se inteiro no peito, batendo um bolão
Agora recuperado do susto passou-me a direção.
Quem me dera ter sempre um trevo de 4 folhas à mão para essas ocasiões!
Lendo poemas de amor
.
.
.
Lendo poemas de amor,
minha alma tonta e torta,
liberta-se de tuas mãos.
Lendo poemas de amor,
ensaio passos na chuva,
desapareço nas pontas
das estrelas de papel.
Separo o sal dos rios
nas cores dos tapetes
comprados em Bagdá
Ouço as palavras
sufocadas na tua
boca.
Meu grito
Um grito na escuridão.
Mas ninguém ouve,
Ninguém soube,
Que era o grito de meu coração.
Em minha solidão permanente,
Meu eu, somente eu.
Sei que a voz correu,
Muito longe e tristemente.
A voz segue abafado.
As palavras querem voar,
Livremente pelo ar.
Como um canto eternizado.
Nereida
Amar é mudar a alma da casa.
Mario Quintana.
Carta aberta
Onde anda o amor?
Onde andam os casamentos de prata e os de ouro, tão presentes no tempo do arroz de quinze, aqueles cujo lema era:
-" até que a morte os separe."
É sabido por todos nós que o casamento está em crise, as estatísticas são prova segura que casar já não é tradição, agora é mais tradicional a separação e consequentemente o ajuntamento de duas pessoas que se amam, pelo menos durante um mês.
Até eu, que pensei que tinha um casamento para toda a vida,com juras de amor eterno, entrei à socapa nessas estatísticas do INE, vou lá saber por que carga d'água fui bafejada com tamanha sorte.
Sorte e azar ao mesmo tempo, sorte porque as peúgas, o vinco bem feito nas calças,a comida a horas já não sou eu que a dou, nem a cama feita a modos, mas azar porque tenho que me arranjar sozinha, mandar arranjar o portão eléctrico que avariou, ou a bomba da água que está em greve, ou até mesmo a torneira que pinga, enfim, para não falar em emoções mais fortes.
Mas o que faz falta aos homens e mulheres que saem de casa e começam tudo de novo?
Filhos mais novos, afirmação de quê, quando sabemos que no fundo, a rotina virá mais cedo ou mais tarde, a falta de dinheiro irá surgir, os problemas laborais irão fazer parte do quotidiano...
É triste, mas vivemos numa sociedade tão acelerada, que nem nos damos conta que cada vez estamos mais sozinhos, mais cheios de problemas emocionais e transmitimos ao nossos filhos uma herança emocional tão pesada, com a qual não saberão viver e colocarão o casamento na borda do prato.
Será que o juntar dos trapinhos vingará na conquista da felicidade!
Luso-poemas e sua gente
Vós que ausentais do luso-poemas,
Em que estais a pensar?
O quê dos fogosos abraços,
Que só vós sabeis dar
Na hora dos encantos
Da poesia que encanta a almas?
Vindes, não ficai-vos no vazio da esquina,
Vindes alegrar esse cantinho,
Que chora vossa ausência.
Vindes e tragam sacolas de poesia,
Pra alegrar a língua que nos une
Sob bandeiras que falam português.
Vindes, meus amores,
Vindes calar essa mágoa,
Que afronta o luso-poemas.
Vindes… vossa penúria é nossa dor.
Vindes, vindes partilhar o mundo emotivo
Que habita no fundo do coração de cada um de vós.
Vindes, vindes caros poetas,
O luso-poemas adora ouvir e sentir
Os encantos dos vossos encantadores poemas.
Vindes dar vida a esse cantinho dos amores.
Adelino Gomes-nhaca
Olhei-me
Olhei-me
Fiquei de olhos nos meus olhos fitei-os no espelho e sorri,
que admiração são esverdeados e sempre os conheci assim,
estavam bem vivos e aquelas duas estrelinhas ainda brilham
brejeiras e tolinhas como se eu não me conhecesse a mim.
Os anos podem contar na idade, postura, rugas aparecendo
nas nuances do tempo, temporais violentos firme aguentar
partem e deitam abaixo os ramos floridos sempre amados
mas os canteiros estão viçosos há que ter coragem e cuidar.
Mas como não lembrar com entusiasmo outras vivências
que nos enchem de orgulho, que criamos e são um valor,
baloiçámos nos braços, beijámos e abraçámos pelos êxitos!
Pois tudo vale a pena, graças a Deus que conforta e dá amor.
Conversar, um passatempo quando temos e somos ouvidores
interessados quando nos damos e recebemos em troca, saber.
Podemos falar sem toleima, educação e há os contadores
divertidos, gracejadores irónicos que gosto e me dão prazer.
E se os olhos são o espelho das nossas almas, ali está a minha
a de uma criança tonta que envelheceu e não deu por nada,
acho que é um privilégio negado a muitos e eu estou grata,
adoro fazer as minhas traquinices e dar uma boa gargalhada!
Sem palco
Presa a este casulo
Tão só:- Me anulo
Como se não existisse
Nada, ninguém à exibir-se.
Uma existência pacífica
Inócua, raquítica
Em um mundo egoísta
Cada personagem é um artista.
Sem palco ou picadeiro
Tudo é irreal embusteiro
O universo girando aflito
Ao longe ouve o eco de meu grito.
Nereida
Em dias aflitivos e incertos,
Aos vivos e aos mortos, há mundo deserto.
Deixe
Deixe que eu pise a areia morna e, fofa.
Molhar os pés na espuma branca das águas do mar.
Como uma gaivota voando livre em seu voo de liberdade sobre as águas salinas.
Deixe que eu mergulhe no mar profundo e purifique meus males.
Deixe que nessas profundezas encontre o poema da minha triste existência.
Eu não existo... persisto!
Nereida