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Sobremorrendo

 
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Sobremorrendo

Vida bela
Como eu gostaria de a ti curtir
Mas a culpa é dela!
Que agora só me faz mentir
Sim, nunca mais sorri...
Nunca mais vivi...
Nunca mais saí...
De ti cama de hospital
Determinas meu final
Completando minha cesura
Sáfara mente, minha lamúria...
Condenaste-me a pensar nela!
Amada minha eternizada em tela
Pintada em minha mente!
Hipocondria que finalmente
Identifica-se com cinza às proximidades
Paredes de brando luto
Mas demasiadas alegres perto de minha infelicidade...

Tua indiferença é um insulto!
Á todos os dragões que matei por teu sorriso...
De todas as prisões que escapei por teu riso...
Borralho deverias se tornar
Mas fogo ainda arde em mim a te amar!

Cama que conforta em agonia
Relógio que irrita em consolo...
Ponteiro soporífero da minha angústia
A cada tic que faz
É uma eternidade aquém
Um dia cessa capaz...

Zona essa de silêncio sepulcral...
Contrasta com o ecoar de tua voz
Em mente minha um algoz!
Mas que não faz mal...
Desalento é de que sou feito
Desatento estava com isso em meu peito...

Mas ainda quero viver!
Enganar-me com teu semblante
Única lembrança que me faz seguir adiante
Das trevas veio o meu nascer
E no arco-íris ao teu lado quero sobrestar
Meu ver, teu ser...
E vou te amar!
Por favor, só mais uma vez...

Nesse mix de flores no seio teu
Sou somente um ponto negro
Reduzindo-te fundamentalmente ao breu!
Penumbra epidêmica aos teus apegos
Fissura de júbilo em tua alma
Epíteto de morte pra ti
Sinônimo de sorte pra mim!

Brio não possuo
Forças não as uso...
Ledice nunca cultivei
Languidez sempre amei!
Aí estás motivo que me acanha
E a minha amada espanta
Temes a veracidade
Ao assustar-se com minha felicidade
Assim sempre foges de minha idolatria de bondade...

A ti voltarei?
Não pois daqui não sairei...
Enfermiço aqui definho para fugir de imagem tua!
A mim não há mais luta, não há mais rua...
Só eu
Lembranças tua
O relógio
As paredes
Os enfeites
Teus falsetes
Meus deleites...
E a morte na porta à minha espera
Cobrando a juros o tempo extra que passo aqui
Pelo quê?... Para quê?...
Esperando só mais uma vez te ver...

Imploro por mais tempo!
Mas estás impaciente parceiro devaneio
Não posso partir sem teu perdão minha amada...
Como poderias se tornar uma fada!
E a mim voando vir animar
Tentar amar!!!
...
..
.

 
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Bezzi
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/10/2008 08:51  Atualizado: 28/10/2008 08:51
 Re: Sobremorrendo
A vida é um breu sem fim que se consome entre a luz e a surdez das paredes mudas da grandeza da alma e isso tens.

Beijo
ConceiçãoB