Desenlaça-se da tua a minha mão Ficam para trás os sorrisos A dor chega ao coração A saudade vem sem avisos.
Desfazem-se os ùltimos abraços A despedida é lenta e dolorosa Já ao longe ouço passos O gemido duma alma silenciosa. Sufocam-se os gestos Ao rubro emoções Só nos sobram restos Prevejo angústias e provações.
Olho os retratos a sépia de outrora Recordo momentos p'la vida fora E a vida a nos deixar, bem chegando a hora.
Pesadelo, que me castiga com maldade Ou sonho onde desfolho lembrança!? À minha alma chega o bálsamo da saudade Enquanto me debruço na janela da infancia. Uma gota de àgua faz transbordar Uma nuvem cinzenta do meu interior E as minhas faces ela vem regar Levando-me ao meu infantil frescor.
Não sei do meu tecto, do meu chão O meu silêncio é tudo o que sei Nem onde perdi afectos, onde tenho o coração Sei apenas da saudade, esta que guardei.
Sou duma época em que a robótica pode amar os humanos e em que os humanos estão incapacitados de me amarem e de se amarem entre eles talvez uma fada possa sossegar os meus circuitos sem sangue talvez as veias da fantasia me devolvam uma história suspirada ao adormecer pela minha mãe Sou menino repleto de circuitos e cpu's não existem cirurgiões que possam reprogramar a minha memória a minha metaliforme emoção... mas por uma noite de amor eu venceria a mais gigantesca baleia renunciaria ao mais vil João Honesto seria artista de circo e voltaria a casa cansado com todo o meu aço enferrujado Se o meu pai fossse o Gepetto e a Disneylândia o meu lar chamar-me-ia Pinóquio mas eu não sou esse boneco-de-pau não posso voltar para casa tenho de regressar à oficina ir para a manutenção porque não passo dum menino de olhos bem fechados dum infra-terreste que nasceu da excêntrica comunhão entre o Dr. Estranho-Amor e O Tubarão ...
Anda rondando a angústia Noite e dia, sem tréguas dar. Vou consumindo inquietações E ela à viva força querendo entrar. Vou escrevendo só por escrever Dou a mim mil razões Para a razão de viver.
E é sempre este estar e não estar Vou assim o tempo ajeitando Fazendo perguntas sem resposta Fingo estar dormindo e sonhando Mas a Vida? Não se compadece,não mostra! Ficam assim as palavras livres de se soltar, Às vezes se soltam como balas Causam-me dor e mal-estar.
Sinto agora que me estou castigando Tanta emoção!? Meu pensamento, relembrando.
Hoje lavo minhas preocupações Escrevo apenas palavras com aroma de flor, Deixo-as a pairar no ar Mimosas, como quando criança, chamava meu pai de MEU AMOR; MEU AMOR. Mas, desta vez?! A angústia não vou deixar entrar. Nem lágrimas irão rolar.
Tão fugaz viver às vezes... É um ciclo diário esse vai e vem E assim sigo... Tão apressada nem percebo Que muda o formato da lua... Que mudo constantemente... Dentro e fora. Urgente ansiedade Em saber exatamente O momento de abrir o coração Sigo sem pressa... Quase nenhuma bagagem. Num infinito ir e vir, E de tantas idas e vindas A vida parece interminável E um morrer, faz parte do ciclo Que parece um renascer o dia seguinte Ocultos anseios enfatizam Ainda que surdinos, falam Deixar a transparência vir à tona... Para que se renovem às emoções E recomece o ciclo... Reinicie a vida.
Tenho a alma perfumada com a fragrância da nostalgia Mora em mim esta saudade uma jarra de liberdade com flores de fantasia
Não confundam com tristeza memórias de outros tempos São todo o meu relicário um mundo de sentimentos
Não posso mandar para canto amores, lágimas e pranto felicidade e resquícios de alegria nem vivo no desencanto apenas trago no peito memórias de outros dias
Maria Fernanda Reis Esteves 50 anos natural: Setúbal
As palavras grito-as eu, como se barco fosse, e todas as marés são de feição. Nos antípodas, uma estrela cintila e à distância um rumor me chama. Não há rotas a cruzar as veredas onde me descrevo e me assumo e todos os pontos da abóboda celeste são marcas que deixei em cada poema, em cada proclamação, em cada silêncio.
Barcos são andorinhas das águas e, os remos, asas que nunca souberam voar.
Da serenidade do Olimpo desceu uma luz amena e Orfeu veio dançar à chuva uma valsa sem onomatopeias.
Passados os dias da primavera, Que foram vividos com ardor, Amados com intensidade, Da juventude no frescor.
Chegamos ao verão ardente Que faz despertar em nós a paixão, Queremos que nossa vida nunca acabe E cometemos nesta fase todo tipo de loucuras.
É chegado o outono, tempo feliz da vida, Em que amadurecem as emoções, Equilibram-se nossos sentimentos E noss’alma amadurece também.
Quando em nós chega por fim, o inverno, Preparamo-nos para as mudanças Que conosco ainda ocorrerão... Tornamo-nos mais amáveis, mais ternos, Compreensivos e enchemos de afeto O nosso já maduro e apaziguado coração!
Poema INÉDITO Nesta Data Jales (SP), 20/Julho/2011 - quarta-feira – 12h45m.
Quero ser vento Esvoaçar ser ave Varrer recordações Que são lamento Fechá-las à chave. Ficar de mim ausente, sem emoções Desacordada Mas batem insistentemente Não calam, ficam e não servem de nada.
Hoje tudo apaguei E a esta folha em branco voltei De repente, Sinto-me gazela assustada À espreita calada!? Com olhos verdes de serpente Será que vivo um engano? No fundo uma dor pungente. Estou sonhando, apenas sonhando Mas quero ser livre mesmo quando Os meus dias são implacáveis Desacordada?! Assim meus sonhos serão inefáveis Minha existência terá mais sabor Dormindo bem profundo Destilarei minha dor.
(rosafogo)
Depois de ler o texto do escritor José Torres,decidi sair de onde incomodo, seria a ùltima coisa que quereria para mim ser o enfado de alguém, ademais texto demasiado violento, não sou eu que o vou mais incomodar com a minha ignorância ou parvalheira, assim como aos companheiros seus iguais. É a minha vez de comunicar aos amigos que este foi meu último poema. Com ele agradeço todo o carinho que me deram ao longo da minha permanência neste site.
hoje não me lembro onde deixei as mãos queria tanto baloiçar nelas os sonhos escrever sentimentos ao rubro lapidar emoções acreditar que o sol, ainda é sol que no meu peito ainda há fogueira soltar gritos, como ave nocturna disfarçar as rugas desta casa velha
- a minha cabeça é um baú de memórias que as minhas mãos vão bordando no silêncio frio da insónia mas hoje minhas mãos não têm poesia refugiaram-se nesse silêncio a noite morreu, e eu não as reconheço
talvez queiram que enlouqueça em paz com saudade a viver dentro de mim e a boca cheia de palavras saudosas porém inaudíveis...
que se vá a noite, que as sombras se vão e, a cada palpitação floresça de novo, poesia
Pinto a minha vida com as cores das palavras, tracejo a cores vivas os contornos do futuro, traço-as a traços largos como uma tela abstracta pintada num dia de soberba inspiração. Absorvo com a ansia dos famintos o significado das palavras sacio minha alma nas linhas de um poema. Procuro-me na nascente que jorra do meu pensamento encontro-me nas águas calmas e serenas do rio onde navego todos os dias. Bordo para ti as palavras num naperon de emoções. Não espero delas fama ou glória teço-as na teia da memória pra um dia reencontrar intactas minhas emoções.
não dá pra esquecer teu olho no meu teu sorriso que convidava mas... nas nossas andanças ou diria melhor, nos nossos encontros tivesses mais dedos no meu corpo que em meu coração vi que eu precisava muito e talvez teu muito ainda não me bastasse talvez fosse o tempo que ainda não completou teu aprendizado ou eu que não gosto de nada suficiente. tem que transbordar! é... sou assim mesmo vulcão tsunami ou brisa, dependendo do lugar. tu, a linha reta, confiante sem oscilações... em qualquer lugar. eu, de malas prontas tu, gavetas cheias não sei se tu precisas de mim para espaços ganhar ou eu que preciso de ti para ganhar fôlego e sossego... enfim, a resposta é não. talvez o meu coração precise mesmo de mais dedos...
Levantei-me como quem se levanta como quando se ouve e sente o som de uns passos inconfundíveis, e ficasse ali parada, imóvel, incrédula, quase estática, no movimento dos lábios, na expressão facial, e esbocei um sorriso vestido de incredulidade, como se a minha respiração fosse parar.
Segurei as emoções, aconcheguei o sopro forte da ventania no peito e cada sentimento era como se trouxesse à tona o cheiro dos lugares, os sabores e as sensações de outrora. Talvez, sinta o vestido da noite cobrir-me a pele de luz, ou a Lua me agasalhe os ombros com a a candura do seu olhar, na maciez do seu toque aconchegante.
Talvez ainda encontre nos olhares de quem passa um resquício de bondade, como quando os olhos se vestem de generosidade e esperança quando cai a primeira chuva depois da seca, talvez ainda haja som nos passos do coração e a melodia seja revigorante e confortadora.
E se eu ainda sentir a água de uma chuva dilúvica molhar-me o rosto, isso será como uma bem aventurança e se o som dos passos inconfundíveis da esperança permanecer no caminho isso será um milagre.
Rasgo as sensações inebriantes por dentro como se me abrisse e expusesse ao som místico do desconhecido e viajo por caminhos nunca outrora percorridos, como se ao andar, a alma se desabotoasse e deixasse correr ali o rio das emoções contidas.
Depois inspiro em novidade de vida, sinto o rosto do dia saudar-me como se o único propósito fosse desatar os nós à vida e me sentisse voluntariamente capaz como se despertasse e voltasse ao lugar de sempre.
Em linhas timídamente escritas Missivas vos vou deixando Com laivos aqui e ali De sonhos que vou sonhando. Lembranças duma saudade ardente Que vou buscar aqui e além Dum tempo em que o amor era a semente Desse tempo que foi nuvem, e já não vem.
Nelas ora choro ora sorrio Emoções de anos que guardei Se calhar ridículas, nem sei?! Ais na alma, em tempo de estio.
Melhor fechá-las numa gaveta vazia?! Esquecê-las de vez, talvez?! Mas a vontade não resistiu e sentiu O apelo da alma. E com assombro e espanto As fui deixando às vezes frias Em mim escarpas, penedias, Ou cobertas por um doce manto. Esperança verde da verdura E eu sonhando, sonhando... Nelas meus olhos enfeitiçados Não valem já nada! A vida de tão cansada, é já ilusão Que me traz louca E o que vos deixo é coisa pouca, Mas sentida com o coração.
Aos amigos com desejo de bom fim de semana Me entrego indefesa assim... porque hoje estou sem inspiração.
Mesmo que seja estreito o canal que me liga ao meu iucatão, já me vejo rodeada de água na península das minhas emoções. Transbordo em suores frios a raiva incontida na epiderme desta ferida em brasa. Sou carepa seca, produto da equizema da alma, impigem de um peito em chaga. Arranco os olhos à verruga que a caspa em mim amontoa. Sei que o que disse foi à toa, mas só eu intuo o meu sexto sentido.
Maria Fernanda Reis Esteves 50 anos natural: Setúbal
No fluir suave das horas, desvendarei segredos nas entrelinhas do tempo, buscando nas sombras da alma as cores vivas que se escondem nos recantos mais íntimos.
Deixarei que a serenidade se entrelace com a paixão, formando um quadro único de emoções onde a essência da vida se revela em cada respirar.
Entre suspiros e sorrisos, encontrarei a beleza nas pequenas coisas, na dança das folhas ao vento ou no murmúrio tranquilo das águas serenas.
E, assim, permitirei que a magia se desenrole, tecendo fios de encanto no tecido da existência, onde cada experiência se transforma em poesia, cada passo é uma dança e cada olhar, uma tela a ser pintada pela essência do ser.
E assim, navegarei nos mares profundos da introspecção, abraçando a essência de quem sou, encontrando no âmago do meu ser o calor reconfortante da própria vida.
Assim, fluirei como um rio sereno, carregando memórias e sonhos, mergulhando na imensidão das minhas próprias águas, onde a verdadeira essência da existência se revela na simplicidade de apenas ser.
A saudade atinge vastas proporções E vai tomando conta das minhas emoções.
Escrevi estas linhas porque o coração as ditou Com linguagem simples, como simples é meu coração Ao cair da tarde a melancolia em mim assentou
Minha poesia é bem singela na sua expressão Não gosta de frases enredadas De linguagem simples e pura ditada p'lo coração De ideias, vivas, crentes, descuidadas.
Passo horas em contemplação Faz-me esquecer o tempo e a vida É uma velha paixão! Um refúgio, se me sinto perdida ou me dá a saudade Porque o tempo às vezes parece uma eternidade.