Consola-te em meu leito e ouve meu pranto 
O que outrora fez-te satisfeito causa-me espanto 
Egoisticamente velas por tua dor, tida a maior 
Dor maior não há como louvas de se buscar, e só. 
Suave do veneno o sabor, aroma inigualável 
Da morte em que sois tenor, da culpa indubitável 
Outrora, vasta quimera, onde ergueste a ti um trono 
Mataste o florescer d'uma primavera, soerguendo outono 
Mesmo o sabendo, não me permito admitir 
Coração de inverno rebento, a outro coração ferir.
Soturnas pegadas das trevas, acompanho o caminho, 
Tristeza e solidão que eras, estarás sempre sozinho! 
Se de meus dedos nenhuma palavra escorre, 
É que se findaram os anseios e outro poeta morre... 
Se do todo não lhe compreende a essência, 
Não leia o poema ignoto, nem lhe tome providência! 
Em ti tudo o que cultivo guardado está 
Esconde-se na sombra de um amigo 
Mas em mim sempre algo a mais o será!<br />_________________
frozen kisses 
Thamires Nayara.copyright © 2007 proibida cópia ou venda sem o conhecimento do autor."A violação dos direitos autorais é crime"(lei federal 9.610)