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Amarga existência (AjAraujo)

 
Tags:  AjAraujo    poeta humanista  
 
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Ao cair da tarde...
vêm notícias do porto
chegam na maresia
E correntes do Sul

O cais já adormece...
os pescadores enxugam gotas
De suor, caminham exaustos,
No retorno ao distante lar...

A vida que se repete...
nos comboios,
Trens que cruzam
e atravessam espaços

Linhas de nossa aventura
Intensa labuta diária
por este tempo distante
de nosso próprio horizonte...

Às vezes se sente...
Suave como uma brisa...
a percorrer os poros,
Cantar uma última canção

Da terna natureza
Escondida e abandonada
na periferia das cidades,
Na vastidão de arranha-céus...

Somente uma vaga luz...
De um farol distante na baía
Por entre as trevas da noite
Nuvens carmim encerram o dia

Para onde caminha a passos
Tão largos a humanidade?
Quem será capaz de conduzir
este rebanho perdido?

Ainda que tu digas não,
Já chega, basta; não adiantará,
o perfil do mundo não mudarás
de um instante para outro...

Pois, são vagas perdidas...
Na ampulheta do tempo
que se esvai na rapidez
De uma estrela cadente...

São vagas e nada mais
o que a pena descreve
nesse desfile cíclico
Da amarga existência...

AjAraújo, o poeta humanista reflete nos verdes anos da vida, escrito em Setembro de 1974.

Art by Camile Pissarro ~ Sunset Rouen
 
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AjAraujo
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 15/12/2009 23:31  Atualizado: 15/12/2009 23:31
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 Re: Vagas
E seu poema continua atual. Parabéns!