Prosas Poéticas : 

E porque pensávamos no Amor

 
Sabes as vespertinas meias palavras, balbuciadas em meio gesto, que cheiraste no meu colo? Chegaste a pensar num livro qualquer, comprado numa livraria que não lembras.
E porque pensavas nesse livro, desabotoaste-me a pele e teus lábios foram serenos. O teu cotovelo desdobrou-se em seda e, em brandura, senti o teu abraço em púbis recortado.

É deleitosa curva com que me absorves, com que me enleias a tudo o que te permites descortinar. Tu plena, aqui, sorrindo aos suspiros que em mim cantam quando assim te estendes em mim. Tu que és a firmeza, a solidez, a mulher que recorto e deixo voar, pois sei-te em mim em cada contemplar que nos oferecemos, em cada gesto-trejeito que sem fim nos permitimos entoar.

E porque pensávamos nesse livro, soube-te amanhecer à beira-mar do meu corpo. Disseste-mo uns dias depois. E lembraste onde o tinhas comprado.

 
Autor
CláudiaFariaPereira
 
Texto
Data
Leituras
782
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 05/07/2007 17:18  Atualizado: 05/07/2007 17:18
Colaborador
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Barueri - SP
Mensagens: 3514
 Re: E porque pensávamos no Amor
Há tanto o que se pensar,
Há tanto o que se viver.

Belas palavras aqui colocaste Poetisa.

Beijinhos