Sonetos : 

Tampouco deixarei algum sudário,

 
Tampouco deixarei algum sudário,
Errático, percorro astrais e mares,
E enquanto bebo a luz de teus luares,
A vida vai seguindo o calendário,

O peso do passado, meu fadário
Recebo então notícias; rotos lares,
E as frutas apodrecem nos pomares,
O vento em tempestade é necessário...

Resisto e mal consigo disfarçar
Ainda poderei seguir teus passos,
Espreito, atocaiado, erguendo os laços,

Numa armadilha pronta a te buscar,
Vestígios encontrando vez em quando,
Mas sempre, eternamente te adorando...
Marcos Loures
 
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MARCOSLOURES
 
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