Era uma vez, um lugar fantástico chamado Sé Catedral, situado na Brácara Augusta do ano 2009. Um lugar acústico, que acolheu no passado dia 24 de Dezembro, um casal divino de suas graças Maria e José.
(Sonhadora)
Maria estava prestes a dar à luz e nesse mesmo dia a surpresa esperada chegou e nasceu Jesus.
(Wiscat)
Jesus já nascido era um menino lindo, sobredotado que antes de ser já era e antes de chegar já lá estava.
(Romma)
Naquele dia 6 de Janeiro, havia uma estrela que brilhava intensamente no céu negro. Dela um rastro de luz iluminou o caminho de três Reis, os Magos, vindos de uma terra distante, onde não há horas, onde não há noite e talvez nem dia, um lugar muito longe daqui.
(Nito)
Baltazar era nobre de tez morena. Um figurão muito esticadinho e deveras delicado mas, meio fanhoso, directo e frontal, trazia pendurado no pescoço do seu pobre camelo uma caixa honesta, que guardava a mirra, dentro do saco de rede fina. Baltazar, estava cansado da longa viagem, desceu do camelo e sentou-se mesmo no meio da rotunda do Feira Nova. O trânsito que por ali passava era estranho. Viam-se homens de braços esvoaçantes pelas janelas daquelas caixas com rodas que andavam! E as buzinas, eram horrorosas e insuportáveis, que lhe enfureceu mais o cansaço e acabou por adormecer…
(Rolim)
Gaspar, de timbre baixo como sua altura ditava, era gorducho e trazia uma barriga destacada pela bolsa de pão, que trazia encoberta por suas longas e largas vestimentas bordadas a ouro, dando a ideia de ser o que não é pelas suas sucessivas brincadeiras. De boa disposição, acreditava em provérbios. Um sábio que sorria dizendo, que gente sem cabelo sempre foi de grande simpatia! Gaspar era estimado entre os amigos, afável de coração abraçava todos por onde passava. Trazia nas mãos uma pedra de incenso para também ofertar o menino nascido.
(José Luís Lopes)
Belchior o radical, era um mago sensual pelo lábio inferior carnudo, pernas longas cobertas por justas calças em couro castanho escuro com uma parte bem saliente e uma face tímida, escondia seus olhos azuis por trás dos óculos à aviador, comprados aos Marroquinos por metade do preço. De cabelos negros com uma crista amarela, trazia tatuagens nos braços musculados, com a mensagem: “Amor de mãe” num, “guerra do golfe”, noutro! Belchior era um espanto a desejar por todos que passava “um fantástico ano novo!”. Um mago que passou pela guerra ao fazer 70 anos, num campo de 18 buracos ali bem perto de Vilamoura, considerado o Rei do Funk, carregava ouro.
(Cremilde)
O anjo muito rebelde e traquina, de aura desmedida e longas asas de penas de ganso, planava à porta da Catedral. Avistando a chegada dos três Magos, de imediato ordenou o estacionamento obrigatório dos camelos, bem longe dali.. Baltazar, o mais arrojado e moderno, possuidor de um GPS de ultima gama, comprado também por Belchior aos Marroquinos, que custou a Baltazar os olhos da cara, temia que seu camelo fugisse e pediu a um arrumador das coisas estranhas com rodas, para tomar conta. E assim foram.
Jesus espirrou…
Preocupado, o anjo pôs a mão na fraldinha toda molhada e a estrela piscou a avisar os reis que na passagem carregassem também uma embalagem das ditas modernas descartáveis fraldas.
Todos se dirigiram á manjedoura e deram os seus presentes ao lindo Jesus menino que nascera da Virgem Maria.
Belchior diz:
Meu querido menino Jesus, quero-te dizer que me vejo bastante desiludido com a vida. Tenho andado a postar umas coisas no Luso e tu não vais crer na quantidade de energúmenos que frequentam aquele local. Não acredito que os pseudo poetas que existem no templo das palavras, seja igual ao templo de Jerusalém que só é Teu! Postam-se coisas sem interesse e as comadres, amigas de vaidade, lançam beijinhos aos outros. Não sei como resolver esta situação!
Menino Jesus:
Pois, quem se sente tão apoquentado com as almas que vagueiam nesse dito templo, que se vá dele! Mesmo sendo rei deve saber o que o povo diz:
“Quem não está bem, muda-se”.
Mas também vejo que, se é um templo não deve ser abandonado. Na qualidade de rei sabe-se certamente superior ao dito esterco que passei as lajes desse local e atente que aquilo que vem de baixo não pode afectar os que estão em cima. Pois se o rio não sobe as montanhas o que fará a lama…
Gaspar diz:
Ó menino Jesus, venho perante ti reclamar sobre a situação ambiental na terra. Os homens são uns sacanas que não têm respeito nenhum pelo ambiente nem pelo próximo. Fazem esgotos a céu aberto, deitam lixo em tudo quanto é sítio, desde jardins até aos cantos. Poluem as águas dos rios e ribeiros com toda a classe de trampa. Poluem estradas e ruas CO2 e as paredes com graffitis sem jeito nenhum. Esta porcaria é uma rebaldaria, portanto! Ou tomas medidas ou eu vou fazer um abaixo-assinado para que se façam só prédios redondos para que ninguém mais faça trampa nos cantos.
Menino Jesus:
O homem é como uma criança que parte um brinquedo e vem pedir o seu conserto. Mas o homem já não é uma criança, vocês criaram grandes coisas capazes de destruir aquilo que têm, certamente têm os meios para criar algo que conserte esse problema, a ciência levantou-vos a qualidade de deuses, mas tantos são aqueles que nem merecem ser chamados de homens. O inicio da salvação é a compreensão da culpa. Vejo que já sabes de quem é a culpa, por isso salva-te. Porque, meu amigo, os homens são todos eles portadores da culpa quanto mais não seja culpados daquilo que não ousaram fazer.
Baltazar diz:
Venho da Arábia
Lugar de gente sábia,
Terra rara de comer
Mas há com que viver.
Trago-te a resinosa mirra
Não teu corpo se conserve,
Esse será despojado e entregue
Para no Homem finde a guerra.
Da areia de onde venho
Admiro esta terra de abastança
Ao pensar franzo o cenho
Pela falta de temperança.
Vejo quem leve três
No pago de dois, assim diz,
Mas porque leva à vez
Aquilo que nunca quis?
Leva zero quem de um procura
Pela sorte incauta de vida,
Vejo fome e muita fartura
Vejo fortuna mal distribuída
Trago mirra para que se conserve
Os valores que deixaste
De que saber que os amaste
Se tua moral não os converte.
Menino Jesus diz:
Sendo sábio, como dizes, sabes que o homem se faz do que tem não do que precisa, se há muitos que têm muito e outros de nada têm então não está em mim tirar aos que ganharam e compraram mesmo que seja para dar aos que tentaram e falharam. O que se alcança consegue-se com o suor de uma vida, se trás alegria ou não…? Isso o homem é que tem de saber se o faz mais feliz duas jarras pelo preço de uma ou partilhar o que ele que tem com o seu semelhante desafortunado.
Saíram de lá muito tarde, passadas horas da meia-noite! Mas todos de alma lavada, prontos para a próxima jornada, a travessia do deserto árido era uma escalada, onde pernoitaram a estudar melhor canto e todos foram muito abençoados. A estrela evolui para estrela nova, engoliu a terra e todos os problemas ficaram resolvidos, assim começou um novo Luso poemas.
Assinado por:
Pavio das Artes
Wiscat, Cremilde, Sonhadoraa, Romma, Rolim, Nitoviana e José Luís Lopes.
Catarina - Wiscat
António Viana -Nito
José Luís Lopes - JLL
Rosa Magalhães - Romma
Rolim - Animarolim
Mariazinha - Cremilde
Sameiro Maia - Sonhadoraa
Re: Pavio das Artes apresenta, no seu melhor início, uma ...
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