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A CIDADE

 
Como quem nasce num berço de urtigas
E lança ao mundo o pranto dos famintos!
Como quem apodrece nas espigas
Que murcham nas searas malditas
Quando o suor tresanda a fadiga
Na sede inexorável dos aflitos!
Como quem adormece uma insónia frustrada
E abre a janela do quarto ao desespero!
Como caminha sem ter estrada
E descansa o cansaço sobre o ferro!

Assim é esta cidade condenada
A consumir-se no seu próprio erro!


António Casado
22 Junho 1980
Revisto para o Luso Poemas


 
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antóniocasado
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/01/2010 19:32  Atualizado: 14/01/2010 19:32
 Re: A CIDADE
António-poeta!

" Como quem apodrece nas espigas
Que murcham nas searas malditas
Quando o suor tresanda a fadiga
Na sede enexorável dos adlitos!"

Em cada verso uma emoção contida!
E sinto-a fortemente.

Belo o teu versejar, António!

Beijos meus.

Maria


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/01/2010 19:44  Atualizado: 14/01/2010 19:44
 Re: A CIDADE
Tem pensamentos e ideias fortes e seu poemas nos transmitem isso...cada verso teu parece um grito...sempre um prazer ler-te
Abraços
mary


Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 14/01/2010 20:04  Atualizado: 14/01/2010 20:04
Usuário desde: 28/07/2009
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Mensagens: 10503
 Re: A CIDADE
È sempre um prazer, a leitura de boa poesia.
Expressiva, e muito bem escrita que nos faz deleitar.

Abraço amigo António
rosa


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 14/01/2010 20:39  Atualizado: 14/01/2010 20:39
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: A CIDADE
Excelente poema António.
Ler o que escreve é já para mim um hábito que me
dá enorme prazer.
Um abraço
Vóny Ferreira