Poemas : 

Viver revivendo ou reviver vivendo

 
Neste campo que ora tomo,
por entre os arbustos do medo,
se resvalam os anseios.

Noutra terra me retomo,
desviado do degredo,
motivado por outros meios.

Retalhado de esperança,
na ambiguidade do ser,
me endoideço pelos defeitos.

Nasce o sol com pujança,
criando novo estabelecer,
dos sonhos então desfeitos.

Neste escutar da natureza,
ouvindo as aves pela manhã
e o ladrar dos cães à nossa porta.

Ensaiando aos olhos a beleza
angariada por talismã
para a vida que estava morta.


António MR Martins
2010.02.02


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/02/2010 00:16  Atualizado: 03/02/2010 00:16
 Re: Viver revivendo ou reviver vivendo
Que bom que renasce a vida... parabéns poeta, bjus

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/02/2010 01:32  Atualizado: 03/02/2010 01:32
 Re: Viver revivendo ou reviver vivendo
viver revivendo e vivendo na poesia. brotando, rebrotando os versos, e anunciando sempre um alvorecer.

"Ensaiando aos olhos a beleza
angariada por talismã
para a vida que estava morta."

Caro António, meu fraterno abraço, amigo e irmão.

Silveira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/02/2010 11:24  Atualizado: 03/02/2010 11:24
 Re: Viver revivendo ou reviver vivendo
António,

a vida renascendo depois de se ter libertado do medo e do anseio (que geralmente é sempre o prenuncio de medo)

Gostei deste seu poema, muito inspirador para todos aqueles que dele possam retirar um exemplo de vida para a vida,


um beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/02/2010 10:21  Atualizado: 04/02/2010 10:21
 Re: Viver revivendo ou reviver vivendo - p/ António RR Martins
O nauta, só, na imensidão do mar
diz a si mesmo: "Preciso navegar e navegar.
Em algum lugar há uma ilha pra se aportar."

E vai remando e remando de ilha em ilha.
O que procura? Um tesouro, talvez?
Não. Ele procura aquilo que está no seu interior:
o instinto aventureiro de renascer em cada
descoberta. Ele precisa disso como o poeta
precisa de seus sentires para edificar
frases e desatar os nós de suas próprias reflexões.

Gostei, amigo António, a partir do título.

Abraço daqui do BR.


REHGGE.