Deixo o rasto dos sapatos pela calçada
as ruas não sabem o meu nome
e eu
que tantas vezes aqui passo
sinto da noite o seu abraço
pergunto-me:
alguém me ama
alguém me respeita...
os cães,os gatos e os outros
alguém me ouve
quem se esconde por detrás da janela
é a outra com insónias
e o amante da outra, semi-nus...
sem cartola eu sigo pela rua fora.
os sapatos continuam arrastando
este meu corpo abandonado
serei eu cúmplice de um crime
e a minha alma
aconchega se a outras tantas
e a outras tantas minha alma se aconchega,
no vale dos calados...
quem se esconde por detrás da janela
é a outra com insónias
Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.