"Cada uma delas mergulhada numa existência bestial abençoadamente isenta de significado espiritual: esguichar leite, ruminar, defecar e mijar, pastar e dormir, a isso se resumia toda a sua raison d'être." (Roth, Philip. A Mancha Humana. Publicações ...
era sexta feira à tarde e nunca mais era sábado. o Poeta é como Deus, e ao sétimo dia há que descansar e deleitar-se com a obra feita. (convém ter sempre à mão umas daquelas toalhitas do pingo doce para incontinentes no caso de ocorrer qualquer escorrimento inesperado). o sábado é o dia por excelência do Poeta, reservado para os grandes feitos, reservado para o colher dos louros do trabalho realizado com extrema devoção e afinco. (talvez o Vasco da Gama e o Pedro Álvares Cabral tivessem feito a descoberta da Índia e do Brasil, respectivamente, num dia de sábado, ou, então, o Camões tivesse apresentado os Lusíadas a Sua Majestade num dia de sábado). o Poeta e o sábado estarão para sempre ligados pelo umbigo, numa espécie de união mãe-feto.
não se corte o cordão!