Sonetos : 

Soneto de José Régio 1969 mas tão actual

 
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

 
Autor
ImprovávelPoeta
 
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1993
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 09/10/2010 14:36  Atualizado: 09/10/2010 14:36
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 Re: Soneto de José Régio 1969 mas tão actual
Não vejo ninguém que prega a fé e a política passar necessidades, mas o povo é sempre quem paga as crises.(atual)

abraços

Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 09/10/2010 18:17  Atualizado: 09/10/2010 18:17
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Mensagens: 4098
 Re: Soneto de José Régio 1969 mas tão actual
Muito actual mesmo e muito bom!

Beijo