Poemas : 

A mão que atira a pedra

 
A mão que atira a pedra…
Charco de pão em sopa de nódoas negras de míngua.
Desembainhados fuzis transportam as curvas da noite com pés de fronteira…
E o céu deslumbrou crianças despidas na terra.
Ortografo molduras sacarinas em hipotensão.
Quietude estática na casa forte dos pretéritos caros.
Organismo de tempo sem secretário que inventa a saudade desorganizada.
Não sei quem inventou o relógio.
Decerto alguém com tempo para viver os segundos.
Sou eu o filho da puta.
Charneca de quase homem em confusões despóticas.
Seguro a pedra na mão.
E tenho um mastro cheio de mulheres penduradas em bandeira vencida.
Um dia matei por anestesia.
De longo o abandono assombrou ódios maternos em melodia.
Fugi marinheiro nos portos alegres do vício.
A mão que atira a pedra.
É pão do mesmo saco…
Em sopa de nódoas…
Que brindam as bocas do crime.
Anestesiadas.

 
Autor
lapis-lazuli
 
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