Quieto aqui na minha cama Lá fora a chuva insiste em cair Tomando conta das ruas mortas. Mas eis que alguém bate a porta Insistindo em entrar. Eu não temo que seja alguém Mas temo que seja a saudade a me procurar. Ah, por quê? Por que viestes agora? Quem seria a essa hora? Talvez o amor para me assombrar Com o teu sofrer e a tua dor Mas quem sabe não seja o amor E sim a tristeza que viestes me acompanhar? É eu estou sozinho, mas não quero me angustiar. Então só saberei quando a porta atender Então irei e não posso temer. Ao abrir a porta estava ali Ela estava ali O teu corpo brando molhado Transparecia na tua roupa úmida Na tua face o sorriso O sorriso de uma mulher, uma linda mulher Eu não a conhecia e nem ela a mim. A convidei para entrar Depois...? Aí eu já não posso contar.
Re: À porta
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