Poemas : 

Canção da torre mais alta (Arthur Rimbaud)

 
Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.

Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro
Augusto retiro.

Tamanha paciência
Não me hei de esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.

Qual o Prado imenso
Condenado a esquecido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.

Arthur Rimbaud, poeta francês.
 
Autor
AjAraujo
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