Foge
Dessa tristeza de gelar estrelas
Do buraco fundo dessa tua solidão
Vem
Para fazeres nascer o fogo do momento
E tirares dos dedos da varinha de condão
Rosas vivas de alcatifar o mundo
Traz
A tua pele com perfume de suor
Para que a nossa noite seja humana
E os teus olhos a cintilarem, pirilampos
A alumiarem cabanas de diamantes
De nossos corações sincronizados
Em batimentos rítmicos de batuque
Numa azáfama de prensar uvas
Como nossos cachos-corpos
Vindimados à multidão
Mas olha
Por favor não tragas extintores
Daqueles que arrependem as almas
De terem consentido de olhos fechados
Que o instinto germinasse com sofreguidão
No solo rigoroso da razão