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Quarto Evento

 
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"...qual é o poema e quem o escreveu?"

Estou pensando num poema de um autor
português nascido no século passado.

O poema contém vários "e"
como conjunção aditiva.

O autor escreveu desde
os cinco anos de idade.

Quem é o poeta?

Qual é o poema?
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2012 15:13  Atualizado: 23/04/2012 15:24
 Re: Quarto Evento
António Gedeão

O poema será "Suspensão coloidal"?rsrs

"Anda o cego a tocar La Violotera,

e eu a vê-lo e a cegar;

e a pobre da mulher esfregando e pondo a cera,

e eu a vê-la, e a esfregar"

será???

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 23/04/2012 16:30  Atualizado: 23/04/2012 16:33
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8095
 Re: Quarto Evento
Bem, a utilização de conjunção aditiva, substituindo a vírgula pelo e foi utilizada por vários poetas, e também Fernando Pessoa, que escreveu o seu primeiro poema com 7 anos para sua mãe.

"À MINHA QUERIDA MÃE
Eis me aqui em Portugal
Nas terras onde eu nasci.
Por muito que goste delas,
Ainda gosto mais de ti."


Poema, não posso dizer, não sou bruxa, rss...bem, talvez um pouco!!!

Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 23/04/2012 18:34  Atualizado: 23/04/2012 18:34
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1906
 Re: Quarto Evento
Serei franco:
NÃO SEI

abraços

Enviado por Tópico
Eventos Luso-Poemas
Publicado: 23/04/2012 19:34  Atualizado: 23/04/2012 19:34
Eventos
Usuário desde: 20/04/2012
Localidade:
Mensagens: 486
 Re: Quarto Evento
Mais uma dica:

O poema se encontra na seção "Clássicos" do Luso-Poemas.


Boa sorte!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2012 20:06  Atualizado: 23/04/2012 20:06
 Re: Quarto Evento
Suspensão Coloidal

Penso no ser poeta, e andar disperso

na voz de quem a não tem;

no pouco que há de mim em cada verso,

no muito que há de tudo e de ninguém.



Anda o cego a tocar La Violotera,

e eu a vê-lo e a cegar;

e a pobre da mulher esfregando e pondo a cera,

e eu a vê-la, e a esfregar



Que riso perto, que aflição distante,

que infíma débil, breve coisa nada,

iça, ao fundo, esta draga carburante,

rasga, revolve e asfalta a subterrânea estrada?



Postulados e leis e lemas e teoremas,

tudo o que afirma e fura e diz sim,

teorias, doutrinas e sistemas,

tudo se escapa ao autor dos meus poemas.

A ele, e a mim.

Antonio Gedeão

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2012 20:15  Atualizado: 23/04/2012 20:15
 Re: Quarto Evento
Fernando Pessoa começou escrever aos cinco anos de idade e como "Alberto Caeiro" escreveu esse belíssimo poema:


O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/04/2012 21:41  Atualizado: 23/04/2012 21:41
 Re: Quarto Evento
Aurora boreal

António Gedeão


Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambidelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fonte sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.

Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.

Enviado por Tópico
Eventos Luso-Poemas
Publicado: 24/04/2012 01:08  Atualizado: 24/04/2012 01:08
Eventos
Usuário desde: 20/04/2012
Localidade:
Mensagens: 486
 Re: Quarto Evento
ding-ding-ding! SuelyRibella acertou!

O autor era António Gedeão, o poema era "Aurora Boreal".

Obrigado por participarem e fiquem atentos para o próximo evento!


PS:
Foi quase, hein, pessoal!