Poemas -> Dedicatória : 

Quase Autofagia

 
( Para Karinna )

Descobre-me o vento,
quando sei da alma fria,
silenciosa e náufraga.

Lágrimas apagam meus olhos.
Galhos secos se quebram;
As árvores sobrevivem
à saudade das águas.

Passos acelerados
correm para o nada.

Acordo na aurora
ainda estrelada.

As horas devoram
asas e pássaros;
sugam essências,
bebem o orvalho.

Coisas fúteis,
rimas inúteis,

consomem palavras
grafadas em cores,
pedras e palhas.


Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
Autor
RaipoetaLonato2010
 
Texto
Data
Leituras
825
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
20 pontos
4
0
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/09/2012 23:17  Atualizado: 25/09/2012 23:17
 Re: Quase Autofagia
...que bela dedicatória poeta mostrando assim, não só um ser triste, mas também consciente do seu estado decadente consumido no mar da poesia.
Mais uma bela criação bem dedicada.
Tá um must sem dúvida.
Abraços
Luzia

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/09/2012 15:23  Atualizado: 26/09/2012 15:24
 Re: Quase Autofagia
*Poeta Rai, complementaste de forma instigante meus versos.
E, de fato, a in_utilidade do que nos consome o âmago, resvala nas linhas da nossa poesia.
Obrigado pela partilha e proximidade!
BeijoKa*

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/09/2012 16:38  Atualizado: 26/09/2012 16:38
 Re: Quase Autofagia
Gostei muito do seu poema poeta amigo. Merecida homenagem a uma das melhores poetisas deste espaço: A poeta azul!


Beijo azul

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 27/09/2012 01:43  Atualizado: 27/09/2012 01:43
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17925
 Re: Quase Autofagia
Perfeito nas pinceladas com que cruzas
o papel. Beijo na fada e outro em ti. (da fã)