Homem desafortunado
Vivendo a vida e morrendo em pecado
E assim também eu sou meu Deus
Outrora um Anjo a teus olhos
Agora um Demônio aos olhos meus
E desde sempre assim condenado
A calar-me nesta triste vida
Mas te escrevendo mais um bocado
E assim te mostro meu verdadeiro mundo
Do qual achastes um buraco
Mesmo sem veres nada no meu fundo
E lendo decifras-me todos os meus possiveis segredos
Mesmo os por mim mais escondidos
Aqueles que eu covardemente chamei de medos
Para ti foram sempre proibidos
Mas que em meus poemas criaram negros enredos
E nunca, mas nunca perceberás
Que por detrás dum anónimo poeta
É o teu verdadeiro amor que aqui jaz
Mas meu outrora amor
no fundo eu te amei e tu causaste me grande dor
por isso nossa história nunca terá um final feliz
tu te interrogando com uma velha dúvida
e eu com a certeza absoluta do que eu fiz…