Subo as escadas do desejo, degrau a degrau
deixaste em mim as tuas sementes entranhadas
e a minha pele arrepia-se, nos afagos esculpidos…
São improvisações musicais, fluentes em todas as notas
essa música ficou em mim, andeja no meu chão
e acompanha-me numa dança de emoção
Estendes-me a tua mão, aglutino os teus dedos
quero sentir o teu calor e a tua pulsão
nestas águas inquietas, amotinadas
que me alagam de secura indefinível
carregadas das minhas cismas
espelhando a exiguidade!
O tempo passa veloz e olhando o mar
nunca uma onda se repete, embora
todas pareçam iguais e só depois uma surja
mais agreste e se desfaça em raiva espumosa
com o desespero de quebrar a sintonia
de uma normalidade aparente!