Poemas : 

V de Vulgar

 
Na minha língua, a tua língua
No meu útero, o teu pau
Na minha carne - em ferida - está a maldita letra do teu nome: V (de vulgar).

Fiquei sem saber o que fazer com tudo isto.
Não me deste manual, só algumas palavras rasas com as quais tive de encontrar-me.

Não me ensinaram a não sentir.
Quando fodo, fodo com o sangue, o suor, a saliva e a alma.

Você, pelo visto, só fode com a carne.

Há tantos meses que não te vejo, mas ainda estás aqui.
E a pergunta que nasce junto a lágrima é: por que deixo-te permanecer?

 
Autor
rebecarocha
 
Texto
Data
Leituras
141
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
9 pontos
3
3
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 02/04/2025 16:53  Atualizado: 02/04/2025 16:53
Da casa!
Usuário desde: 24/02/2025
Localidade: PORTO-PORTUGAL
Mensagens: 279
 Re: V de Vulgar
Corrosivo, literal, e se papas na língua.
Gostei da forma como o poema aborda uma relação que não o foi na sua essência.

Parabéns pela frontalidade.

Abraço.

Mário Margaride

Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 02/04/2025 22:27  Atualizado: 02/04/2025 22:27
Colaborador
Usuário desde: 23/05/2024
Localidade:
Mensagens: 606
 Re: V de Vulgar / rebecarocha
.

Olá.

Parabéns! De facto, a poesia é o que nós quisermos, inclusive usando calão e frontalidade crua (cruel?).

E uma pergunta nasce junto à lágrima.

V de Valente!


Ab
Beatrix

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 03/04/2025 17:14  Atualizado: 03/04/2025 17:14
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3802
 Re: V de Vulgar p/ rebecarocha
A intensidade sente-se, vive-se e entranha-se. Uma leitura ímpar para uma escrita não menos íntima, no entanto plural.
Gastaria aqui todas as palavras de que me pudesse lembrar até que atingisse o clímax de um orgasmo literário.
Sublime.