Poemas : 

O cemitério

 
A altivez de alguém
Que morreu novo
Acendendo um cigarro,
Ficou lembrada além
Numa lápide do povo
Condenada ao desterro.
Junto ao mármore branco
Exposto à corrosão,
Sobressaíam os dizeres
Gravados numa árvore,
Que sobrevivera à criação
E aos seus pecaminosos prazeres...
Eram promessas incumpridas
Como muitas outras.
Um belo e negro corvo
Escarneceu dos habitantes
De um cuidado mausoléu
Quando alguém depositou um cravo
Naquele mundo de indiferentes.
Ali vivem hipócritas lembranças
Sob a forma de depósitos de ossadas
Contidas em ricas madeiras,
Forradas de belas sedas,
Em esculturais palacetes...
Verdadeiras maravilhas arquitetónicas!

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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