Poemas : 

ENTERRO NO INTERIOR

 
Vinte cinco de Dezembro 2012
Passeando pelas ruas em uma tarde de sol
Olhando o sol a brilhar as pessoas a passear
Casais de mãos dadas sorridentes tranquilos

Terça feira de natal
Crianças brincavam nas calçadas casas lotadas
Amigos parentes mesas floridas tolhas estendidas

Terça feira 15hr:15 da tarde interior de são Paulo Casa Branca
Cidade tranquila um pouco vazia sente-me em um banco de uma
Praça um pouco sem graça sozinha estava recordações passeava
Minha mente como sempre pensando em um verso escrever depois
Que para minha casa eu voltasse

Em minha direção o caixão se aproximava e por mim passava
Por mãos seguravam viúva chorava filhos caminhavam
Luto... Mulheres de preto algumas com véu um amargo no céu
Meus olhos choraram e eles me admiraram tristeza profunda
Senti naquela tumba

O morto não sei
Não conheci
Não falei

Fiquei a olhar e eles a passar pés que caminhavam lágrimas
Deixadas que por mim que passavam
Não sei por quanto tempo naquele banco eu fiquei só sei que cada
Um eu olhei com seus olhos chorei e seus passos com meus olhos
Eu seguir na entrada da morada final cemitério de frente do
Banco que ali eu sentei antes não notei e um adeus eu vos dei

Compartilhei no silêncio do luto de um desconhecido
Em um caixão adormecido foi por mim Querido
Por mim ele passou e meu pêsame levou

Crianças já não notei tarde findou toalhas floridas rasgou na
Garganta um nó enroscou

Natal o desconhecido enterrei a tumba fechei o natal passou a
Família com certeza chorou e eu não esqueci naquele banco
Permaneci e esse verso escrevi triste parti para minha casa voltei
No quarto me tranquei e triste de novo chorei por lembra-me
De um desconhecido que virou falecido e por mim passou

Há muitos anos que eu não via um enterro dessa forma simples
Humilde de pessoas tranquilas do interior aqui em São Paulo
Nunca se ver um enterro pelas ruas sabemos que morrem pessoas
Mas nunca chegamos a ver a não ser por TV.
Para se sincera eu me senti família daquelas pessoas
Eu amo as pessoas simples e humilde elas se parecem comigo
Até no enterro de um desconhecido me senti tão familiar
Não sei do que morreu se era homem ou mulher velho ou moço
Só posso dizer que quando me lembro sinto tristeza sinto dó deles
Era natal tantas pessoas sorrindo e eles ali tão tristes chorando


"Não existe outro país senão o da morte. O que então nos ameaça?"

*Eliana*
27 De Dezembro 2012

 
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elianna
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