Poemas : 

Soneto aos gentios

 
“Nascera de cabeças sete ornada,
E o valor nos dez cornos possuía,
Enquanto ao esposo seu virtude agrada.

“De ouro a vossa cobiça um Deus fazia:
Por um dos que os gentios adoraram
Abrange cento a vossa idolatria.”

A Divina Comédia - Inferno - Canto XIX







Amor e dor daquelas falas foram ouvidos e esmagados,
deveras calados, os timbres, sem alma, brilho sequer;
numa suave melodia, plena, de repente, transmutados,
nas cordas tangidas como de escancarada boca requer.

Nascidos foram para sucumbirem ao poder dos sons,
espargidos entre sonhos e medo, paixões e tremores,
corações como se do encanto ora despertados dons,
as almas estavam calmas, até felizes ante dissabores.

Oh! Persistir numa messe de surdos decorrido milênio,
quando crestadas mentes ao fogo selvagem do gênio,
ressuscitado agora que foi, ele treme ansioso-mouco.

Para gentios que não são mais que reles feixe de vime,
jamais perder riqueza, honras, nem amor agora oprime,
mantenha certeza no âmago de gênio selvagem-louco.
















[jamais serão mais ...






que um feixe




de varas...]

 
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shen.noshsaum
 
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