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FALSOS PROFETAS DA RESISTÊNCIA

 
FALSOS PROFETAS DA RESISTÊNCIA



Não, vós não ides de encontro ao verdugo em pêlo de guardião.
Não, porque, se fôsseis, não aceitaríeis do novo mestre dos Sortilégios comer a maçã do esmaecimento. Sim, pois sabeis que Ela vos anula a força necessária para as pugnas
Contra os ditos Todo-Poderosos Senhores do Magno cercamento,
Onde moramos nós, os prisioneiros da esquizofrenia e curdos
Da libertária consciência, que permanece imutável no fito
De se pôr á nossa espera, ainda que possamos depreendê-la
Tão-somente ao se obliterar a última centelha da suma vela
Qual em nós vitaliciamente ardeja.
Posto que arda deverasmente enferma: quase mesmo em réstia
De fogueira!


Pra meu dissabor, descobri a vossa verdadeira identidade.
Sede, na verdade, uma célula de boa aparência, que trazeis
Convosco um vírus malsão que infecta as sadias, espalhando
A bruma da bile e da ira, que, ao mundo jugando, abiogeniza.


Não, não me tenhais na conta de mais uma presa, um tolo.
Não, sei que verdadeiramente sois um pernicioso sapo-camaleão.
Sei que pulais de veio em veio consoante a conveniência dos
Vossos sopeiros patrões. Sei, em razão disso, revesti-vos da Trama andrajosa e da fala da guerreira legião para liquefazerdes
E dirimirdes com a urina a visão da justiça das batalhas empreendidas contra os grãos-mestres da rapina, sobretudo aos Olhos daqueles que crêem, mesmo ainda inconscientes, que um Dia o oceânico magma da igualdade nos afogará plenamente:
Sim, o quão eu sei.






Talvez, por isso, consiga discernir o joio do trigo,
A crocodilagem e as vítimas que caem na teia
Do vosso malfazejo artifício;
O bom samaritano camuflando o seu aspecto de teia,
Que leva a incauta presa ás garras da aranha, então, ansiando
Tão logo pela chegada, se supõe, da sua deliciosa encomenda.
Enfim, vós sois tudo isso e muito mais coisas execravelmente Inominadas, as quais dizer não me animo.
Porém, a definição que mais a vós se assenta na minha cabeça
É a de rei das sanguessugas com certeza.
Não compreendeis? --- pois muito bem:
Libais avidamente e a pleno gosto
Todo o plasma que habita a Dignidade,
E, daí em diante, ela deixa de ser Dignidade
E passa a apenas a mais um desmilingüido pedaço de carne
Á espera do derradeiro abate!


Não, vós não sois vates. Não sois em absoluto, apesar dos trajes,
Os filhos de KARL MARX ou a flor posterior do QUILOM-
BO DOS
PALMARES.
Não, não. Sois, em realidade, os fazedores do holocausto:
O holocausto do sonho de sermos, apesar do côncavo e do
Covexo,
A mais açucena expressão da LINEARIDADE entre OS SEXOS.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA





 
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jessé barbosa de oli
 
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