DESISTENTE

Na contra-mão de muita autoajuda por aí, escrevi esse soneto incômodo para incomodar. De facto, temos a tendência de parecer mais corajosos e nobres do que somos. Basicamente, rompo com qualquer tentativa nesse sentido ao expressar, pura e simplesmente, meu estado de espírito de modo honesto. Reconhecer que às vezes nossa autoestima se perde nos equívocos de nossos caminhos é, para mim, ser honesto com o momento que atravesso. É isto.

Em que pese o tom um tanto quanto melancólico do texto e que, nas suas entrelinhas, nos oferece o desenho da personalidade de um ser extremamente "negativo" e sem nenhuma expectativa com relação a um futuro próximo, ha que se destacar contudo a "maestria" do autor que nos oferece esse desenho. Escrever não é tão simples como parece a muitos, ha que ser cabeça para isso e aqui, nesse texto, vemos isso, muita sensibilidade, muito jeito nos detalhes, uma inteligência na construção da imagem que se quer transmitir... muito bom.

Parabéns.

Costumeiramente Ricardo, ouvimos que "desistir" ou "assumir" uma condição de fraqueza, não é atitudes de fortes, mas sim de covardes.

Creio exatamente ao contrário: desistir de "algo" ou de "alguém" que se quer ou, "assumir" uma condição de fraqueza, somente os corajosos as consegue. É necessário muita força, para ser um "ser" humano e aqui, nesse texto, fizeste-o com maestria, inteligência e honestidade.

Parabéns Ricardo!

Beijo,

"Anggela*

Versão final. Difícil o título desse soneto... Começou com DESISTÊNCIA, passou para RENÚNCIA e terminou em DESISTENTE! Ainda tem uma coisa ou outra que pode melhorar, mas fica assim por enquanto.