DESLUMBRANTE
Se tu não existisses, eu criaria...
Pôr-te-ai assim nas páginas que conto.
P'ra, da primeira letra ao último ponto,
Mostrar algures qual te vi um dia.
Não convém esquecer a luz que havia,
Tampouco teu olhar ao meu confronto.
Fora contigo abrupto, um tanto tonto,
Reverente à beleza, todavia.
Foi assim que ficamos frente a frente
E nos medimos, ledos tão-somente,
Enquanto eu disfarçava o olhar errante.
Sem embargo, marcaste-me tão fundo,
Que esse instante até hoje me é fecundo:
Estavas simplesmente deslumbrante...
Betim - 11 05 2011
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.
SONETOS 2011
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