A vestir-me de sombra a noite
recolhe o que me cobre sem me acusar.
O dia serve-me de guia; clarifica a visão
para a refeição da vida acontecendo 
e a noite leva-me para dentro 
do silencio onde deposito imagens escolhidas 
para o grande olho do meu acontecimento.
A mente é um terreno que acampo 
para observar aquele céu onde as estrelas estão perto 
e de cada uma dou um salto para
me enroscar no meu intrínseco universo -
esta aldeia em que meus pés vão descalços,
que meus braços são de pássaros -
nua voa vida liberta, sem alheios 
na conspiração das cobertas.