Vidas ancoradas,
Ilusões apagadas,
Nas noites frias
com as barrigas vazias....
Sem memórias guardadas
das vidas por si passadas
O frio que os matou
A solidão que os isolou
Choram os seus desenganos,
com ódio de quem lhes causa danos....
Suas almas revoltas,
em nada envoltas
Na noite fria
com a barriga vazia
fazem das palavras silencio
do discurso um anúncio
em que pedem
aquilo que não lhes cedem....
O amor que lhes roubaram
A casa que lhes tiraram
na frieza morna,
que a pobreza adorna
Com a solidão como companhia
Cheios de solidão, com a barriga vazia!
Choram lágrimas de raiva
numa tristeza aflitiva
de quem fico parado no tempo
Refém desse contratempo
Apanharam o autocarro da vida
na paragem que pelo tempo foi esquecida
e que fica no fim da estrada
de uma vida que se sente já acabada .....
@angela caboz