Poemas : 

EU, A VIDA E A MORTE

 
 
EU, A VIDA E A MORTE
Quando eu nasci,
Nasceram comigo a vida e a morte.
Olhávamo-nos olhos nos olhos
E lançámos um grande desafio.
Partiríamos ao mesmo tempo
Para ver quem ganharia a maratona
E quem teria a Grande sorte
De chegar na ultima recta em primeiro
E sem mais aquelas
Começamos a correr
Por ruas , ruelas e carreiros,
Passamos os primeiros metros,
Os primeiros quilómetros,
O cronómetro marcava o tempo,
Começámos a sofrer
Eu comecei a sentir cansaço
Com dificuldade a correr.
Já começava a agarrar a camisola
Que a vida trazia vestida
E a morte sempre fresquinha,
Com um sorrir cínico, macábro,
Continuava sempre em terceiro lugar
À espera do bom momento
Para poder melhor atacar.
E eu, pobre alma cansada,
Coração que bate apressadamente
Como se quisesse chegar à frente
Mas hoje ele já com 85 anos
Que não entre em desenganos
E a morte no momento preciso
Dará a sua sapatada, ela é a mais forte
Quer eu queira ou não , tudo baterá certinho
E eu e a vida ficaremos pelo caminho
Abandonadas
E a partir daí, não somos nada.

A. Da Fonseca


SOU COMO SOU E NÃO COMO OS OUTROS QUEIRAM QUE EU SEJA

Sociedade Portuguesa de Autores a Lisboa
AUTOR Nº 16430
http://sacavempoesia.blogspot.com em português
http://monplaisiramoi.eklablog.com. contos para as crianças de 3 à 103 ans
http://a...

 
Autor
Alberto da fonseca
 
Texto
Data
Leituras
1005
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 01/02/2017 23:20  Atualizado: 01/02/2017 23:20
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: EU, A VIDA E A MORTE/ PARA ALBERTO FONSECA
Interessante o teu poema sobre a vida e a morte, e entre um e outro, o "eu". Leva o leitor à reflexão sobre esses dois fenômenos da natureza, discutidos ao longo dos tempos, pela Filosofia, sem que os pensadores mais ilustres chegassem a uma conclusão final...

Mas surgem indagações inquietantes nessa questão de vida e morte: para onde vai a pobre alma assustada com o desfecho da "sapatada" que lhe arrancou do corpo inerte?
Para outra dimensão? Outro plano?
Ou o ser pensante, que ama, palpita, escreve poesias, deixa de existir para sempre, não sendo mais nada?...

Parabéns poeta Alberto Fonseca por instigante poeta, que me levou a filosofar por aqui. Adorei!

beijinhos!!