Minha solidão
Paulo Gondim
10/07/2016
Minha solidão sempre foi tão grande
Se mostra imensa, doída, fria, vazia
Uma solidão enorme, sem fim
Mas ela parece maior em mim
Teve lá seus dias de férias
Esqueceu-se um pouco de mim
Saiu, andou, passeou, não demorou
E chega agora, como visita, sem aviso
Bateu palmas, abriu a porta e entrou
Minha solidão não tem jeito. É sempre assim
Ela não se esconde, não se preocupa,
Ela é intrusa, chata, inconsequente
Tem mania de ser permanente
Está sempre ali, bem pertinho de mim
Minha solidão tem um nome. Tem endereço
E pior que ela diz que sempre a mereço
Pode ser. É verdade, reconheço
Minha solidão tem um motivo
E você sabe qual é
E ainda me cobra esse preço.
Paulo Gondim