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Trigais

 
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Gostaria tanto de te pedir aquilo que não posso
Aquilo a que não tenho direito
E que me aflige em horas várias
De matinais a noturnas
De calmaria e de tempestade
De sono e de vigília
De chuva que cai na janela
E de lua que ilumina os montes ao meu redor

Como me é impossível saciar essa vontade
De ser algo mais que uma doce memória diária
Que desaparece em meio ao labor
E a rotina de teu dia
Em meio a tuas paixões diárias
Que me roem por dentro
Em gritos que não devem ser expressados
Senão nestes versos sufocados
Me tornando como o éter que se esvai
Mas deixa no ar seu rastro de aroma
Que entorpece os sentidos

Assim como única solução
Deixo-me cair no profundo sono
Pois aí
No meio de meus sonhos,
Não me negas nada que eu deseje ou precise
E que um dia a vida me tomou
E continua me tomando
Devido ao fato de que a ampulheta do tempo
Virando e revirando
Faz pagar a todos que a subestimam

Me resta a chuva na janela
Com sua simplicidade
Que não cobra nada de nenhum amor
Esvaído pelo vento
Que corre pelos trigais
Outrora dourados
E agora ceifados.



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


Você já conheceu alguém em um sonho e depois conheceu a pessoa na vida real e ambos tiveram a certeza disso?
 
Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2021 10:22  Atualizado: 22/12/2021 10:22
 Re: Trigais


Gostei do poema
nestes trigais ceifados
de calma e tempestade

Boas festas poeta Mr.Sergius

um abraço