MADRUGADA ADENTRO
E quando a noite chega, 
minh'alma desassossega...
Passeias nos meus sonhos, 
me lambuzo de teus afagos. 
Tens o dom de me atiçar!
De insanos desejos, 
faze-me transbordar.
E quanto mais a noite adentra, 
ouvindo o tic tac do relógio, 
as horas a marcar, 
te espero e te quero...
Só te quero amar. 
Amar...muito amar!
E nesse tormento, 
nessa cruel agonia, 
meio que sonâmbula, 
procuro tua fotografia.
E quanto mais te beijo, 
mais me perco em desejos.
Insanos, profanos, 
Desejos de mulher que ama,
que das fantasias se alimenta.
E no frio da madrugada que adentra, 
ardes-me em teus braços e beijos.
Amo-te, baixinho, no silêncio...
No vão das horas findas, 
te chamo e te amo.
Me aquieto na saudade 
que te mantém  junto a mim. 
Os sonhos se dissipam 
no dia que logo amanhece...
Sonolenta, suada e molhada
Adormeço, enfim!
                
Vera Salviano