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Vazios

 
Vazios

(Ao eterno amigo Arthur da Motta Trigueiros)


Ato quebrado.
Vaso partido.
Voo entalado.
Janela perdida.
Vidro estilhaçado.

Folha amassada num só delírio de ternura antiga vinda do adeus lançado às chamas sem nenhuma cantiga a ninar o triste rio de lágrimas soltas pelos céus sem vínculo doce-azedo trazido pela sombra negra a perdurar perene como se o inferno fosse sereno.

Partida.

Caminha a passos secos pelos verdejantes campos a deixar na espuma seus ecos longos e desejosos de pirilampos a rosnar entre galhos atirados ao mar dos farrapos.

Não-volta.

Ato quebrado pelos secos passos.
Vaso partido pelos campos verdejantes.
Voo entalado na espuma de seus ecos.
Janela perdida de pirilampos.
Vidro estilhaçado a rosnar entre galhos.
Folha amassada num só delírio dos farrapos.

Alexandre Sansone
03.06.81



 
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Sansone
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