Poemas : 

Chuva de Novembro

 
Imaginei uma guerra enquanto as armas descansam.
Tenho a chuva de Novembro nos braços
E o frio sem ciúme do sol namora-me os ossos

Revolvo com os dedos o bolso da farda
Para te encontrar entre a lama e os cigarros uma ultima vez
Para inventar um momento e tocar-te o rosto, sentir-te o cheiro
E perguntar se ainda te lembras de mim

Imaginei uma guerra entre guerras reais.

Matei horas queimadas por breves cigarros
Dei vida e sangue ao animal que há de mim
Matei palavras que disseram verdade para não ouvir
E lágrimas de viúvas e copos para não sentir
E pergunto-me se ainda te lembras
Se ainda me reconheces depois da guerra

Imaginei que vinhas ainda esta noite antes do fim
Imaginei que vinhas antes das balas
Enquanto as armas descansam.






Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.

 
Autor
silva.d.c
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/05/2021 17:50  Atualizado: 20/05/2021 17:50
 Re: Chuva de Novembro
As vezes não refletimos quem somos . É melhor conhecer antes da guerra. O que a vida nos obriga ser , criadouros de monstros.