Poemas : 

A derrota do arbítrio

 
 
Existem olhares que queimam
Travam uma batalha sensual
Palavras sequer se aproximam
De todo aquele silêncio cortical

Os olhos parecem digitar desejos
Em movimentos firmes sem desvios
Aquele que cede ao duelo ou cortejo
Olhou ao lado ficou apenas por um fio

Existe um código entre os que se olham
Uma duração de cinco a dez segundos
Existe uma cumplicidade nos que se fitam
Ainda que os versos não vivam nesse mundo

Quando dois olhos se tocam placas se agitam
E somos atingidos por tsunamis de hormônios
Que fazem do minuto amantes que se deitam
De um quadro de Van Gogh a derrota do arbítrio

A maioria desses encontros que dilatam a pupila
Permanecem presos e cercados pela íris da razão
Mas quando algum deles cai por entre as papilas
Sabores explodem mil pedaços chamados paixão

Deus abençoe os rios que nascem
Carlos Correa

 
Autor
CarlosCorrea
 
Texto
Data
Leituras
102
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.