as bocas calam-se
de beijos até às portas
como quem incendeia passagens
a imergir de linguagem intrusa
uma à masmorra sem grades
toda dialecto parafuso
e dedos de abrir caminho
até descansar a humidade
de quem se solta
a outra a trepar pedras quentes
língua sonsa em cavalo de tróia
emboque de assalto à torre...
mais não verá a luz antes da derrocada
e das trincheiras
os rostos de fogo
sangue de sobra sem derrame
a queimar pontes de imediato
já reinos sôfregos
prostrados à invasão
o sopro lânguido
a abafar o grito
as bocas fartas
em derrotas de cantar vitória
proclamam o reino
só um
de duas bocas
05-05-2025