Mais um dia que vai começar,
mais uma vez o sol se ergue no horizonte,
E mais uma vez,
Toda a esperança se desvaneceu,
Num mar de pensamentos sem logica.
Já não existe mar nem céu,
A linha que dividia os dois desapareceu.
Andamos todos em apneia,
O sol que brilha já aquece ninguém.
São raios de sol sem força,
São ribeiras secas,
São árvores sem folhas,
São casas sem gente,
É o asfalto sem rodas que o pisem,
É a humanidade que já não existe...
Mais um dia que começa,
E tudo se repete,
Numa infindável adição,
É o vício de deixar as coisas andar,
Só por si.
Tudo parece estagnado,
São km e km de desassossego,
E ninguém faz nada,
Para mudar seja o que for.
E eu sempre na esperança,
De que o meu pedaço de sol,
Apareça no horizonte,
Para acalentar o meu dia.
Quem sabe do meu futuro.
São pedaços de pedra transparente,
Que me deixam ver tudo,
Tudo o que os outros não veem,
Pois o seu olhar não passa para além da superfície.
Enquanto uns jantam à luz das velas
Outros continuam,
No desconforto das suas camas improvisadas,
Em qualquer lugar,
Que lhes garanta alguma segurança.
São troncos de palmeiras revoltadas,
Que se recusam a crescer,
Onde os humanos as plantaram,
Para seu belo prazer!
É o colapso total da vida,
Da vida não vivida,
Mas continuamos,
A não aprender,
Faremos sempre tudo a correr.
Até na última despedida,
Será tudo bem rápido,
Pois há mais despedidas a fazer...
São ventos contrários,
São ventos que não vemos,
São ventos que nos empurram contra o nosso desespero!
Eis que mais um dia que vai terminar,
É o sol que mergulha no horizonte,
E toda a esperança que não veio,
Pois perdeu o seu Norte o seu Rumo.
O sol que brilha já aquece ninguém.
E vamos continuar todos em apneia,
Na esperança de um sol que brilhará para todos.
Diogo Cosmo ∞
27-08-2024
Pequeno Edem / Parede
DIOGO Cosmo ♾