Vai um tronco à deriva na corrente
resto de árvore pujante, silenciosa
que, a um vento forte ou a mão ardilosa
não resistiu e caiu, tal como gente
Qualquer entulho, sendo proeminente
marcha-lhe o curso na água alterosa
da árvore, antes firme, mas airosa
resta um náufrago perdido e indigente
É assim, sejam árvores ou pessoas
não basta que sejam retas, sejam boas
para enfrentar o vento ou o ardiloso
Quanto melhores são, maior é a cobiça
despertada na mente que se encarniça
em atirá-las pra terreno pantanoso.
Mário Margaride
Adoro a poesia. E tal como um pássaro, voo nas asas das palavras, no patamar do meu sentir, e das minhas emoções.