Poemas : 

Ritual de permanência

 

Escrever é abrir sulcos
em pedra adormecida

tornar gesto a memória do toque.
Como quem ateia brasas no ventre do escuro.

Num qualquer lugar sem mapas
onde o abismo tem paredes de silêncio

encosta-se o olhar à vertigem
e o corpo habita a lentidão
daquilo que se mantém ausente.

Entre ruínas invisíveis
ergue-se um altar de ecos. Vozes submersas
vibram
na ossatura do tempo.

Nomeia-se o infinito
na espessura da sílaba.

Permanece-se.



 
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idália
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