Às vezes
não é o caminho que se mostra
é o corpo que aprende a caminhar
às cegas
como quem escuta sismos na pele.
Tudo em volta é neblina
mas há um pulso
discreto
firme
que nos guia
sem exigir mapa.
O coração murmura
no compasso das falésias interiores
na inclinação dos dias sem nome.
É aí que o rumo certo nasce
sem nítido horizonte
mas no ponto onde o caos desacelera
e se deixa tocar.
A lucidez chega de mansinho
como quem pousa uma vela na água
e espera
que a corrente saiba o resto do trajeto.