Não tive escolha.
Amar você foi como afundar num rio escuro,
Onde cada tentativa de fuga
Só me arrastava mais para o fundo.
Não foi um encontro,
Foi um acidente,
Uma colisão de mundos
Que nunca deveriam ter se tocado.
Você veio como febre,
Como veneno lento,
Como um sussurro que atravessa a madrugada
E não me deixa dormir.
Tentei negar,
Escondi seu nome embaixo da língua,
Mas até o silêncio me traía.
Tudo em mim apontava para você:
Os olhos, os passos, a dor.
Amar você é uma sentença.
Uma maldição que visto como segunda pele,
Um labirinto sem saída,
Onde cada porta leva de volta ao mesmo abismo:
O de te querer...
Contra a minha vontade,
Contra o mundo,
Contra mim.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense