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Benjamin Pó | Publicado: 02/09/2025 19:45 Atualizado: 02/09/2025 19:45 |
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Eis um poema de profunda espiritualidade. Que se desengane quem pensa que os símbolos religiosos são um exclusivo dos crentes. Neste texto, eles habitam o espaço de um deus pecador que, como qualquer humano, ao som dos sinos, se junta a nós para se encontrar consigo próprio, com a sua "permanência", com o valor intrínseco da existência. A comunidade dos rituais nada lhe diz. Numa passagem brilhante -- "e regressam iguais nenhum vem novo" -- fica tudo dito sobre os "fiéis", sobre os quais o milagre da transformação não se opera. Pelo contrário, o pecador sofre uma metamorfose e alcança a transcendência, como ar e como fogo (nos símbolos da borboleta e do cometa). O acompanhamento musical acentua essa qualidade ca(n)dente do "eu", que reconhece na sua queda e no seu ardor o motivo para "seguir amando", numa referência subtil ao "vem e segue-me" de Cristo. Sublime! [Dar um título como o que tem o poema é recordar as palavras bíblicas que se referem aos sucessores de Pedro, mas também o melhor filme que já se fez (na minha opinião) sobre a eleição de um papa, prenunciando surpreendentemente os que, na realidade, lhe sucederam.] |